A Receita Federal, em parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), apreendeu na manhã desta segunda-feira (30), em São Luís, uma carga de 185 kg de barbatanas de tubarão que estava prestes a ser enviada para a China. A carga, distribuída em seis volumes, foi declarada ilegalmente como peixes secos e está avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões.
A operação foi conduzida pela Equipe Curupira, grupo especializado da Receita Federal no combate a crimes contra a fauna e flora. O monitoramento da carga começou no município de Itapemirim, no Espírito Santo, e constatou que as barbatanas seriam processadas em São Luís antes de serem enviadas ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para embarque com destino à China.
Segundo a Receita Federal, as barbatanas apreendidas pertencem ao tubarão-azul (Prionace Glauca), uma espécie ameaçada e listada no Anexo II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção (Cites). A carga não possuía documentação que comprovasse sua legalidade, violando normas ambientais brasileiras.
Combate ao comércio ilegal de barbatanas
Esta é a quarta apreensão de barbatanas de tubarão em menos de um mês pela Receita Federal. Outras operações semelhantes ocorreram no Ceará, em setembro, resultando na apreensão de quase 600 kg de barbatanas. A pesca de tubarões é proibida no Brasil, e o comércio de barbatanas é considerado um crime ambiental, já que envolve a captura dos animais apenas para a retirada das barbatanas, prática que ameaça a sobrevivência das espécies.
As barbatanas de tubarão têm alto valor comercial, especialmente na culinária tradicional chinesa, onde são usadas para preparar pratos como a sopa de barbatana de tubarão, conhecida como “sopa ostentação” devido ao seu alto preço, que pode chegar a 500 dólares por prato.
A carga apreendida foi entregue ao Ibama, que adotará as providências administrativas cabíveis. A documentação também será encaminhada às autoridades policiais, que darão prosseguimento à investigação para responsabilizar os envolvidos.