Diante da paralisação total do transporte público em São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) anunciou nesta segunda-feira (17) uma medida inédita: a prefeitura pretende custear corridas por aplicativos, como Uber e 99, além de táxis, para garantir o deslocamento da população enquanto durar a greve dos rodoviários. O projeto de lei que autoriza a ação já foi enviado à Câmara Municipal e pode ser votado em regime de urgência.
O presidente da Câmara, vereador Paulo Victor (PSB), garantiu que, assim que o projeto chegar à Casa, será pautado imediatamente. “Nosso compromisso é encontrar uma solução rápida para evitar o colapso do transporte público na cidade”, declarou o parlamentar.
Braide acusa empresários e promete nova licitação no transporte
Em pronunciamento nas redes sociais, o prefeito responsabilizou os empresários do setor pela paralisação dos ônibus, acusando-os de manipular os trabalhadores para pressionar um aumento na tarifa. Segundo Braide, os empresários pretendem elevar o valor da passagem para R$ 7,00—aumento que ele afirma não aceitar.
“Essa greve não é dos rodoviários, é dos empresários. Eles fazem isso há anos, deixando a população sem transporte para forçar aumentos abusivos nas passagens. Mas desta vez, o dinheiro que iria para eles será usado para pagar o transporte da população”, afirmou o prefeito.
A prefeitura repassou R$ 89 milhões em subsídios ao setor no ano passado, mas, segundo Braide, o serviço não apresentou melhorias. Diante da crise, o gestor anunciou que, além da medida emergencial, pretende realizar uma nova licitação para substituir todas as empresas do transporte público de São Luís.
Desafios e dúvidas sobre a implementação do projeto
O prefeito garantiu que, se a Câmara aprovar o projeto ainda nesta semana, o pagamento das corridas começará imediatamente. No entanto, ainda não detalhou como o sistema será operacionalizado, nem quais serão os critérios para garantir que o benefício atenda a todos os usuários de ônibus da capital, que somam cerca de 700 mil pessoas por mês.
O custo mensal do transporte público em São Luís gira em torno de R$ 8 milhões para os cofres municipais. Caso a proposta avance, o valor destinado ao pagamento das corridas poderá se equiparar ou até superar esse montante.
Agora, a decisão está nas mãos dos vereadores. O prefeito já garantiu apoio para uma tramitação rápida, mas ainda precisa articular a aprovação do projeto na Casa. Enquanto isso, milhares de ludovicenses seguem sem transporte, aguardando uma solução para a crise.