A Polícia Federal intimou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), para prestar depoimento no âmbito de um inquérito que investiga possíveis irregularidades no envio de emendas parlamentares ao Maranhão durante seu mandato como deputado federal. O depoimento está previsto para a próxima semana, na sede da PF em Brasília, porém, a presença do ministro ainda não foi confirmada. Além dele, outros investigados também foram intimados para esclarecimentos.
Essa é a primeira vez que um ministro do governo Lula é chamado para prestar esclarecimentos à PF como investigado em um caso de corrupção, embora os fatos em questão sejam anteriores à sua posse. As investigações se concentram em suspeitas de desvio de emendas destinadas à Prefeitura de Vitorino Freire (MA), então administrada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende. O inquérito apura possíveis irregularidades em licitações e pagamentos de propina relacionados a obras de asfaltamento.
O ministro teve seus bens bloqueados em uma operação realizada em setembro do ano passado, que gerou atritos com o presidente Lula, embora ele tenha permanecido no cargo. A investigação se baseou em diálogos nos quais Juscelino Filho teria antecipado informações sobre a liberação de emendas parlamentares para obras no município maranhense.
As suspeitas incluem três formas de repasse de propina ao ministro, incluindo pagamentos a uma empresa ligada a ele e transferências bancárias a terceiros indicados por ele. A defesa do ministro, até o momento, não fez comentários sobre o depoimento, alegando sigilo do caso. Por sua vez, a defesa do empresário Eduardo José Barros Costa, envolvido nas investigações, optou por não se manifestar.