A Polícia Federal, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão, deflagrou nesta terça-feira (18) a operação Falsa Origem, visando combater crimes ambientais e a receptação ilegal de madeira no estado. A ação ocorreu nos municípios de Maracaçumé, Cândido Mendes, Governador Nunes Freire e Amapá do Maranhão, onde foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão.
As investigações apontam que serrarias clandestinas estavam sendo utilizadas para abastecer ilegalmente comércios madeireiros e manipular registros no Sisdof – sistema responsável pelo controle de produtos florestais. Segundo a PF, essas práticas permitiam a comercialização de madeira sem origem comprovada, mascarando a real procedência dos produtos.
Durante a operação, foram apreendidas madeiras em toras e já beneficiadas, além de documentos, mídias digitais e equipamentos utilizados no processamento da madeira. Em um único estabelecimento, mais de 400 toras foram encontradas.
Além das buscas e apreensões, a Justiça determinou a suspensão das atividades econômicas de dois estabelecimentos, bem como o cancelamento e suspensão do Cadastro Técnico Federal (CTF) das empresas envolvidas, impedindo-as de operar no setor florestal. O acesso ao Sisdof também foi bloqueado para evitar novas fraudes. A Justiça ainda autorizou a destruição de materiais utilizados nas infrações.
A operação contou ainda com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão (Seap), que receberá a madeira apreendida e equipamentos para beneficiar pessoas privadas de liberdade, como parte do Programa “Trabalho com Dignidade”.
Os investigados poderão responder por crimes como receptação qualificada, falsidade ideológica e comercialização ilegal de madeira sem licença válida. Outras infrações podem ser acrescentadas conforme análise dos materiais apreendidos.
A PF segue com as investigações para identificar mais envolvidos e aprofundar o combate às fraudes ambientais na região.