A Polícia Federal e a Receita Federal apreenderam duas malas com uma grande quantidade de dólares e relógios de luxo com uma delegação de Guiné Equatorial, que desembarcou na sexta-feira no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo.
O caso, que está sob sigilo diplomático, foi revelado no início da noite deste sábado pela imprensa brasileira. A comitiva com 11 pessoas a bordo não estava em missão especial, mas nela estava o vice-presidente do país africano, Teodoro Obiang Mang.
Segundo informações do G1, as autoridades brasileiras aprenderam uma mala com US$ 1,4 milhão e R$ 55 mil em dinheiro, e aproximadamente 20 relógios avaliados em US$ 15 milhões em uma segunda mala – a comitiva trazia consigo um total de 19 malas.
O secretário da Embaixada da Guiné Equatorial no Brasil teria informado aos agentes brasileiros que Teodoro Obiang Mang veio ao país para tratamento médico, e que parte do dinheiro encontrado seria usado em uma missão oficial posterior, em Singapura. Já os relógios seriam de propriedade do vice-presidente.
Ainda de acordo com o G1, as 19 malas trazidas com a delegação do país africano não possuíam proteção diplomática, já que não se tratava de uma missão oficial. Ao tentarem revistar as bagagens, houve confusão entre as autoridades brasileiras e membros de Guiné Equatorial.
O vice-presidente foi liberado, mas outros membros da comitiva tiveram de prestar esclarecimentos sobre a farta quantidade de dinheiro e sobre os relógios cravejados de pedras preciosas. O avião da comitiva segue em Campinas e não há previsão de quando receberá autorização para deixar o Brasil.
Teodoro Obiang Mang é filho do líder de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que está há 38 anos no poder. Ele foi notícia quando esteve no Brasil há 3 anos, em 2015, quando a escola de samba Beija-Flor levou para a Sapucaí um desfile cercado de polêmica em homenagem ao país africano.
Acusado no passado por corrupção, o vice-presidente é conhecido por ostentar gastos milionários em suas redes sociais.
Até o momento, nenhum representante de Guiné Equatorial no Brasil ou no país africano se pronunciou sobre o caso. As autoridades brasileiras informaram que o caso está sob sigilo diplomático.