A ONU chega ao Maranhão, na mesma semana, em que dois fatos confirmam a difícil situação enfrentada pelos Povos e Comunidade Tradicionais
A difícil luta pela existência e resistência dos quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco babaçu e agricultores familiares é o tema de reunião que acontece entre os povos dessas identidades e representantes do Escritório de Direitos Humanos da ONU para América do Sul. A atividade acontece amanhã (sexta-feira, dia 19) no auditório da Defensoria Pública da União, no Renascença. Uma reunião reservada com presenças confirmadas das lideranças dos PCT´s, das Instituições e Movimentos Sociais e da DPU.
A ONU chega ao Maranhão, na mesma semana, em que dois fatos confirmam a difícil situação enfrentada pelos Povos e Comunidade Tradicionais. Ontem (18), no território Akroá-Gamella, cerca de pessoas indígenas , entre eles um agente da CPT/MA, foram presos, segundo denúncias da Teia dos Povos do Maranhão, arbitrariamente pela Polícia Militar do Maranhão
O líder indígena e agente da Comissão Pastoral da Terra, Kum´Tum Gamella estava entre eles. Desde ontem a situação é tensa devido a presença de jagunços armados contratados pela concessionaria de energia elétrica Equatorial para a instalação de linhões na região. Os indígenas denunciam ainda que tiveram seus celulares e as câmeras fotográficas levados. Os equipamentos registraram a presença ilegal de equipes para instalação de linhões no território Akroá-Gamella.
Em recente entrevista coletiva (realizada na última quarta-feira, dia 17), organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB – Regional Nordeste), Pastorais da Terra, Movimentos Sociais e representantes dos PCT´s, a denúncia de todas as vozes foi “Estamos morrendo e ninguém faz nada”. Eles se referem também ao quantitativo de assassinatos no Maranhão: 09 até agora tendo o conflito no campo como foco.
Para a reunião junto ao representante da ONU foram convidados as lideranças indígenas da APIB e 1 Teia dos Povos do Maranhão, quilombolas do CONAQ e MOQUIBOM, camponesa (indicada pelo MST); e das quebradeira de coco babaçu (MIQCB).
As instituições que atuam junto aos PCT´s, e que sofrem fortemente processos de criminalização, também foram convidadas. Entre elas: Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra; Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH);Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (FETAEMA); Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão; Rede Agroecológica do Maranhão (RAMA), ACONERUQ; o Centro de Cultura Negra (CCN); e o MST.
Por O Estado