A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu nesta quarta-feira (14) um alerta global, declarando a mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional. A decisão foi tomada em resposta ao aumento alarmante de casos e mortes, especialmente no continente africano, onde a doença vem se espalhando de forma preocupante.
Segundo a OMS, os números de 2024 já ultrapassaram os registros de 2023, com mais de 14 mil casos e 524 mortes até o momento. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou em coletiva de imprensa em Genebra que a situação na República Democrática do Congo e em outras nações africanas é particularmente crítica, com o surgimento de uma nova variante do vírus que pode se disseminar rapidamente pelo continente e além.
“A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo e em países vizinhos são muito preocupantes. Uma resposta internacional coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas”, afirmou Tedros. A declaração do CDC África, feita ontem (13), já havia classificado a situação como uma emergência de saúde pública de segurança continental.
Esta não é a primeira vez que a mpox é considerada uma emergência global. Em julho de 2022, a OMS decretou o status de emergência devido ao surto da doença em diversos países, mas em maio de 2023, quase uma semana após rebaixar o status da covid-19, a organização declarou que a mpox não configurava mais uma emergência de saúde pública internacional. Contudo, o recente aumento de casos e a identificação de uma nova variante preocupante levaram a OMS a restabelecer o alerta máximo.
A mpox, uma doença zoonótica viral, pode ser transmitida a humanos através do contato com animais infectados, pessoas contaminadas ou materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo e fraqueza. As erupções, que podem variar em número, tendem a se concentrar no rosto, nas mãos e nos pés, mas podem afetar qualquer parte do corpo.
A OMS reforçou a necessidade de uma resposta global robusta e coordenada para conter a propagação da doença, especialmente em áreas onde a capacidade de teste e resposta precisa ser fortalecida. A situação demanda atenção contínua, especialmente para proteger populações vulneráveis, como pessoas com HIV não tratado, que estão em maior risco de complicações graves.
A nova declaração de emergência sublinha a gravidade da situação e a necessidade de ação internacional imediata para evitar que a mpox se torne uma nova pandemia global.