Para o professor, é preciso preparar o acadêmico para atuar em frentes de trabalho situadas além da relação empregado/empregador
Já faz algum tempo que se ouve falar que ser empreendedor é a perspectiva do futuro. De alguns anos para cá, entretanto, essa nova forma de atuação no mercado de trabalho ganhou mais força e passa a ser encarada como uma alternativa necessária na formação acadêmica. O ex-reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado, em sintonia com esse novo paradigma da educação, afirma ser imprescindível a existência de um programa de formação de cultura empreendedora para os discentes e servidores.
A ideia é promover maior aproximação entre as Universidades e o setor produtivo. Significa estimular novos sistemas de inovação e, dessa forma, incentivar e fortalecer a cultura empreendedora dentro da comunidade universitária, contribuindo para inserir a UFMA em um ambiente favorável de inovação e empreendedorismo. A meta é fazer com que o acadêmico não enxergue o ambiente de trabalho apenas sob a perspectiva de ser empregado.
Segundo Natalino, é preciso proporcionar ao universitário subsídios para que, quando ele saia da Universidade, se enxergue não apenas como um profissional apto a desenvolver suas funções. “Ele deve se entender como alguém preparado para criar oportunidades para si e para os outros”, destaca.
Natalino Salgado explica que a inserção de disciplinas optativas na grade curricular dos cursos de graduação seria uma excelente forma de colocar o empreendedorismo nos cursos. “Embora a gente entenda que há uma demanda e uma necessidade pela formação empreendedora, não se pode colocar as disciplinas como obrigatórias”, explica.
Os professores também serão incluídos no processo de educação empreendedora. “Mas o público principal é os acadêmico”, reforça Natalino Salgado.
Núcleo empreendedor
No campus do Bacanga já existe um prédio dedicado exclusivamente à formação de profissionais com visão empreendedora: o Centro de Empreendedorismo da UFMA (CEU). Inaugurado em novembro de 2014, na gestão Natalino Salgado, conta com 38 salas distribuídas em dois pavimentos, que abrigam diversas Empresas Juniores e Empresas em processo de incubação. Foi concebido como um espaço de interação entre a academia e o setor produtivo, no sentido de estimular ações que proporcionem a geração de novos em preendimentos, de fomento à cultura empreendedora e da execução de projetos que liguem a academia ao mercado. Parte do segundo pavimento do Centro hoje abriga o ICmar, o que descaracteriza o projeto original do espaço.