No Dia Mundial Contra a Raiva, comemorado neste sábado (28), o Ministério da Saúde divulgou sua meta de vacinar 28 milhões de cães e gatos em todo o país, como parte de uma estratégia nacional para erradicar a raiva mediada por cães. A campanha inclui a vacinação de rotina, bloqueio de foco e imunização intensiva em todas as unidades da federação, incluindo os 22 estados e o Distrito Federal.
A erradicação da raiva canina é uma prioridade para o governo, que tem investido fortemente na imunização de animais de estimação, garantindo a proteção tanto dos pets quanto da população. O Brasil não registra casos humanos de raiva transmitida por cães desde 2015, um marco importante para a saúde pública.
Distribuição de Doses
Em 2024, o Ministério da Saúde distribuiu mais de 23,8 milhões de doses de vacinas para a campanha de imunização de cães e gatos. No caso da vacina contra a raiva humana, foram fornecidas 1.355.260 doses, das quais 669.578 já haviam sido aplicadas até o início de setembro.
Histórico e Evolução do Controle da Raiva
Segundo dados do ministério, a incidência de casos humanos de raiva no Brasil é rara e, quando ocorre, está frequentemente associada ao ciclo silvestre, com morcegos, saguis e raposas sendo os principais transmissores. Nos últimos 25 anos, o Brasil conseguiu uma redução expressiva no número de casos de raiva canina, caindo de 1.200 casos registrados em 1999 para apenas 10 em 2024, todos relacionados a variantes de animais silvestres.
Essa redução significativa é atribuída às campanhas anuais de vacinação nas áreas de maior risco e aos bloqueios de foco, que têm sido eficazes na prevenção da raiva em áreas urbanas.
A raiva é uma doença infecciosa viral que afeta mamíferos, incluindo humanos, e é considerada quase 100% letal. A transmissão ocorre principalmente pela mordida de animais infectados, mas também pode se dar por arranhões ou lambidas em feridas abertas. Em cães e gatos, a transmissão do vírus pela saliva ocorre até cinco dias antes do início dos sintomas, com a morte do animal ocorrendo entre cinco e sete dias após o aparecimento dos sinais clínicos.
Nos últimos anos, os morcegos se consolidaram como os principais transmissores de raiva para humanos no Brasil, especialmente em áreas remotas. Esses animais podem carregar o vírus por longos períodos sem manifestar sintomas, o que torna a vigilância e a imunização de animais domésticos ainda mais cruciais.
A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir surtos de raiva e proteger tanto os animais quanto as pessoas. Além das campanhas de imunização, o Ministério da Saúde reforça a importância da conscientização da população sobre os riscos da raiva e as formas de prevenção, incluindo o uso do soro antirrábico em casos de exposição ao vírus.
O Dia Mundial Contra a Raiva serve como um lembrete da importância da vacinação contínua e da vigilância epidemiológica para garantir que o Brasil continue livre de casos humanos de raiva transmitida por cães.