A gestão do Reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Professor Fernando Carvalho, enfrenta uma onda de denúncias graves que colocam em xeque a integridade administrativa da instituição. Sob o comando do reitor e de sua equipe, incluindo o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Danilo Lopes, surgem questionamentos sobre práticas consideradas antidemocráticas, manipulação de instâncias representativas e favorecimentos políticos.
VOTAÇÃO ESTRUTURANTE – MANIPULAÇÃO NO CONSELHO UNIVERSITÁRIO
Um dos pontos mais críticos envolve a tentativa do reitor de realizar uma votação estruturante no Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da UFMA. Contudo, 60% dos atuais membros do conselho foram nomeados pelo próprio Fernando Carvalho em caráter pró-tempore, uma condição que levanta suspeitas de manipulação deliberada para influenciar os resultados. Essa composição desequilibrada compromete a legitimidade do processo e reforça a percepção de centralização autoritária.
GOLPE NO DCE – INTERVENÇÃO NA REPRESENTAÇÃO ESTUDANTIL
A situação se agrava com as acusações de tentativa de golpe no Diretório Central dos Estudantes – DCE 17 de Setembro. O DCE possui 13 conselheiros no Conselho Universitário, e há indícios de que o reitor esteja articulando a eleição de um novo DCE que lhe seja favorável, por meio de um congresso considerado “fake” na comunidade acadêmica. O objetivo seria manipular a representatividade estudantil, uma vez que a atual gestão do DCE, tem se mantido independente e resistente às pressões políticas da administração superior. Documentos que chegam juntamente com as denúncias, dão conta de ofícios, solicitando à reitoria, uma estrutura completa, com direito a translado dos campi dos continentes para a Cidade Universitária, incluindo refeições, coffee break, entre outras coisas, tudo isso para um público de 400 pessoas, portanto, uma super estrutura.
Abaixo, o documento de solicitação ao reitor e ao pró-reitor da PROAES.
A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES), com a autorização direta do reitor Fernando Carvalho, tem exercido uma influência significativa sobre as Fundações Sousândrade e Josué Montello, ambas ligadas à UFMA. De acordo com denúncias, a PROAES está utilizando recursos dessas fundações para oferecer supostas bolsas de até R$ 2.000,00 a lideranças estudantis que participarem do Congresso das Entidades de Base da UFMA (CEUFMA), programado para os dias 06 (hoje) e 07(amanhã) de dezembro. A estrutura da universidade está sendo utilizada para a realização do evento, o que, segundo relatos, seria parte de uma estratégia para tentar deslegitimar e tomar a liderança do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFMA, que atualmente exerce uma gestão reconhecida e legítima.
O DCE legítimo, ciente das manobras, anunciou que na próxima segunda-feira apresentará uma petição formal às promotorias de entidades e fundações do Estado, solicitando transparência e acesso ao expediente enviado pela PROAES às Fundações Sousândrade e Josué Montello. A intenção é obter provas documentais de que a PROAES está utilizando recursos públicos para oferecer bolsas com valores elevados, como parte de uma estratégia para interferir na gestão estudantil, enfraquecendo a representatividade legítima e democrática do DCE. Essa denúncia adiciona mais um capítulo de controvérsia à já desgastada gestão de Fernando Carvalho, expondo a manipulação de recursos e a tentativa de controle político no ambiente universitário.
Essa tentativa de manipulação reflete a incapacidade do reitor de conquistar apoio legítimo da maioria dos estudantes. O suposto congresso falso é visto como uma manobra para enfraquecer a autonomia estudantil e consolidar um ambiente de controle político dentro da universidade.
DENÚNCIAS SOBRE A GESTÃO DA PROAES
Outro foco de descontentamento é a gestão da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES), comandada pelo professor Danilo Lopes. A pró-reitoria tem sido alvo de críticas constantes, incluindo denúncias de cortes em programas de bolsas estudantis e aparelhamento político. Relatos apontam que, indivíduos que anteriormente participaram de protestos contra a gestão universitária, foram estrategicamente alocados em posições-chave na PROAES, como já mostramos em matérias anteriores desta série, consolidando um quadro de favorecimentos e enfraquecendo a confiança da comunidade acadêmica na administração.
Veja abaixo, o documento que mostra a bolsa de um dos militantes que participou dos protestos, e hoje, está envolvido no falso no processo eleitoral de estudantes.
CONTRATOS SUSPEITOS E CENTRALIZAÇÃO DE PODER
A administração superior também enfrenta questionamentos sobre a centralização de contratos no gabinete do reitor, algo que nunca ocorreu em gestões anteriores. Essa prática, aliada à condução unilateral de decisões importantes, amplia as suspeitas de supostas irregularidades e favorecimentos dentro da universidade.
UM CHAMADO À AÇÃO
A UFMA vive um momento de crise que exige respostas imediatas e transparentes. As práticas denunciadas indicam uma gestão comprometida por interesses políticos e falta de compromisso com os princípios democráticos e éticos que deveriam nortear uma instituição pública de ensino.
A comunidade acadêmica clama por mudanças, e por uma gestão que priorize a autonomia, a representatividade e o bem-estar de seus membros. Cabe às autoridades competentes, como o Ministério Público Federal, investigar as denúncias e tomar as devidas providências para restaurar a confiança na administração da UFMA. É hora de agir em defesa da universidade pública, da justiça e da democracia.
Fonte: A Capital SLZ