Em uma operação conduzida na última quinta-feira (6), a Delegacia de Meio Ambiente (DEMA) da Polícia Civil do Maranhão apreendeu 75 quilos de cartilagens de barbatanas de tubarão e 16 quilos de bexigas natatórias, armazenados em um imóvel no bairro Jardim Turú. O material, embalado em sacos de fibra e caixas de isopor, indicava uma estrutura clandestina voltada ao processamento e comercialização de partes de animais marinhos.
A prática, conhecida como finning, consiste na extração das barbatanas de tubarão, enquanto o restante do animal é descartado no mar, muitas vezes ainda vivo. Essa atividade, além de cruel, configura crime ambiental grave e pode gerar impactos severos para a biodiversidade marinha.
Esquema de exportação para a Ásia
Segundo o delegado Lúcio Reis, responsável pelo caso, as investigações apontam que as barbatanas apreendidas estavam sendo preparadas para exportação, com destino principal à China e outros países asiáticos. Nessas regiões, a barbatana de tubarão é um ingrediente altamente valorizado na culinária e medicina tradicional, podendo alcançar preços entre 200 e 500 dólares por quilo.


Dentro do imóvel, também foram encontrados produtos químicos e equipamentos que sugerem que o local era utilizado para beneficiamento e armazenamento de produtos ilegais da pesca. Anotações recolhidas pelos agentes indicam movimentações financeiras expressivas, levantando suspeitas sobre uma rede organizada de comércio clandestino.
Investigação e destino do material apreendido
A equipe do Instituto de Criminalística (ICRIM) foi acionada para realizar a análise do material apreendido, com o objetivo de identificar as espécies mutiladas. O laudo pericial será essencial para a continuidade da investigação e para reforçar as acusações contra os envolvidos.
Após a liberação da perícia, todo o material foi encaminhado para descarte e incineração, impedindo que retornasse ao comércio ilegal.
Suspeitos seguem foragidos
Até o momento, dois responsáveis pelo material foram identificados, mas conseguiram deixar o imóvel antes da chegada das autoridades. A Polícia Civil segue em diligências para localizar os suspeitos e aprofundar as investigações sobre possíveis conexões com redes internacionais de tráfico de produtos marinhos.
A pesca predatória de tubarões é um problema global que ameaça diversas espécies. No Brasil, essa prática é proibida por leis ambientais, e quem for flagrado pode responder por crimes contra a fauna, com penas que incluem multas e até prisão.