Por: Paulo Roberto Tinoco da Silva*
O artigo 217 da Constituição da República Federativa do Brasil expressa textualmente: É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados: (Parágrafos e incisos abaixo). O Ministério é do esporte, no singular, pois é uma prática social, mas essa relação é apenas para servir como lembrete aos desavisados, que relacionam o esporte às práticas corporais não competitivas e o desporto àqueles associados ao alto rendimento, à performance.
Valendo-me do escrito do Prof. GAUDÊNCIO FRIGOTTO em ”A formação e a profissionalização do educador; novos desafios”, defendo o uso da nossa brasileira expressão ESPORTE, que não nega sua origem portuguesa, nem nossa aproximação com o britânico SPORT.
Infelizmente, o que nos traz à baila do título não é nada agradável e festivo, que pudéssemos deixar passar em branco e ficarmos debatendo academicamente sobre etimologia e origens da palavra esporte ou desporto, vamos tratar de LUTO do esporte, que alguns descompromissados e desrespeitosos gestores, colocados de forma abrupta em cargos de gestão, por outros também sem história e sentimentos esportivos, apenas com a transparente e notória pretensão de oferecer um prêmio de consolação a frustradas pretensões políticas, dos algozes do esporte, esperando que a classe de esportistas de fato, direito e sentimento, não façam cara de paisagem e reverberem fortemente para tentarmos reverter os fatos.
Em 2021, faleceu CLÁUDIO ANTÔNIO VAZ DOS SANTOS (ALEMÃO), esportista de fato, direito e sentimentos, pessoa que fomentou e incentivou todas as modalidades esportivas e fez dos JOGOS ESCOLARES MARANHENSES (JEMS) a cereja do seu bolo de realizações na área esportiva do nosso estado, era o JEMS, competição desportiva com base escolar, falada e decantada em todo o território nacional, comparada apenas com os Jogos Abertos do Interior de São Paulo. Nas edições dos jogos, vinham árbitros internacionais de todas as modalidades, que juntando-se aos da terra, melhoravam e melhor qualificavam tecnicamente nossas competições, levando nossas equipes a grandes participações e resultados nacionais.
O ALEMÃO já tinha recebido diversas punhaladas durante a sua honrada, decantada e histórica vida desportiva, refiro-me ao criador e gestor do mais importante movimento desportivo do nosso estado, para colocar foco nos fatos, embora o criador de fato, esteja representando todas as criaturas nascidas e vivenciadas dentro das práticas esportivas do estado, iniciando em época que São Luís tinha poucas praças esportivas para abrigar as nossas competições (Ginásios 2- Costa Rodrigues e Charles Moritz, Pistas de Atletismo 2 – 24 BC e ETFM, ambas bastantes precárias, Campo de Futebol, Nhozinho Santos e outros, Piscinas 3 – clubes Jaguarema, Lítero e Casino – todas Semiolímpicas, etc.), locais que recebiam as competições dos gigantes JEMS, que transformavam nossa cidade em um efervescente espetáculo.
Não deve haver nenhum ser vivo do Maranhão que não tenha participado de alguma forma dessa manifestação esportiva nas últimas cinco décadas. Desconsiderar os locais e os fatos dos acontecimentos mostra total falta de conhecimento, respeito e competência para gerir uma Secretaria de Esportes ou qualquer outra coisa que exija responsabilidades e altruísmo, responsabilidade com a coisa pública e altruísmo com as futuras gerações. Necessita despir-se da pessoalidade e objetivar o bem comum, não apenas olhar para o próprio umbigo, objetivando apenas trampolinar em busca de realizações pessoais.
Na busca de evitar ser prolixo, citaremos apenas os casos mais danosos e marcantes para a tragédia esportiva que se abateu sobre nosso esporte. A primeira que citaremos foi de quando foi nomeado um gestor para a área esportiva, sem nenhum conhecimento e sentimento esportivo, sem nenhuma história que se pudesse contar como positiva, com o nítido interesse pessoal de usar a Secretaria como trampolim para outras nuances, de interpretações ditas obscuras, onde seu maior feito foi demolir sem nenhum respeito e arrependimento, o cartão postal do esporte da nossa terra e símbolo histórico de várias gerações: O GINÁSIO COSTA RODRIGUES.
Não vou me ater mais nesse absurdo, até porque no momento e ainda, o autor está protegido pelo vergonhoso foro privilegiado e por isso mesmo o fato está sendo tratado pelo Tribunal Prescricional Federal, fugiu do entendimento dos meros mortais.
Agora, pasmem!!! No ano do falecimento do criador dos JEMS, outra invenção de gestor acabou literalmente com os Jogos Escolares Maranhenses. Essa pá de cal nos esportes do Maranhão foi cometida no final do ano que passou, espantando-me com o silêncio ensurdecedor de todos, fato que me levou, por obrigação moral, a tentar despertar todos em geral e em especial a comunidade esportiva, na certeza que seremos brindados por um próximo Governador que tem história e viveu a alegria e importância dos JEMS como atleta e esperando que o mesmo tenha respeito e consideração com a pasta responsável pela área e não use a mesma para abrigar quem não tem conhecimento e sentimento com a prática esportiva, pois o autor dessa estapafúrdia medida, na falta de condições de causar o dano material, já que no início da sua passagem na frente da pasta, a natureza perversamente se antecipou e destelhou o Ginásio Castelinho, sobrando para o mesmo nos causar danos em bem imaterial; O JEMS.
*Advogado, odontólogo, professor, técnico esportivo, ex-secretário de Esportes e Lazer, ex-membro do Conselho Diretor da CBB, ex-diretor da Câmara Municipal de São Luís, ex-técnico da Seleção Brasileira de Basquetebol