Nesta quinta-feira (17), o Instituto de Criminalística do Maranhão (ICRIM) divulgou laudos que apontam as causas da queda das prateleiras no Mix Atararejo, no dia 02 de outubro. O acidente deixou oito pessoas feridas e matou a funcionária Elane de Oliveira Rodrigues, de 21 anos.
De acordo com os documentos, três fatores foram responsáveis pela queda de uma prateleira, que acabou gerando a queda das outras em ‘efeito-dominó’.
O primeiro fator foi o transporte inadequado da prateleira que gerou todo o acidente. Segundo o laudo, ele teria sido transportado um dia antes, não foi desmontado, e depois foi recolocado no mesmo lugar.
Outro fator foi um erro na recolocação da prateleira. O diretor do ICRIM, Robson Mourão, afirmou que a base que sustenta as prateleiras estava com irregularidades na ancoragem e no alinhamento.
“A ‘sapata’, a base que sustenta o porta-palet [prateleira], é chumbada no chão. Mas a prateleira foi recolocada sobre essa base que estava ancorada e estabilizada em um lugar onde os chumbadores estão próximos do antigo chumbador. Foi feito um buraco muito próximo dos anteriores, deixando o local instável. As próprias sapatas também não estavam alinhadas corretamente”, disse Robson.
Após a recolocação da prateleira de forma inadequada, Robson afirma que o Mateus não realizou um teste de carga para conferir se a prateleira tinha condições de receber uma quantidade alta de produtos.
“Os erros começaram no dia anterior e se estenderam durante o dia do acidente. Não foi feito o teste de cargas, como determina a norma técnica nacional”, afirma o diretor.
Por conta do dados técnicos do laudo, o diretor do ICRIM disse, inclusive, que não houve culpa no acidente o operador de prateleiras que aparece próximo da prateleira que caiu.
“Ele não provou uma colisão, um choque com a estrutura, empurrando. Ele coloca a carga, ele sai, e depois disso é que há o desabamento. Isso quer dizer que não há o ’empurrar’ no porta-palets. Dá para dizer que, com base no laudo, que o manuseio do manobrista não causou o desabamento”, explica.
Todos os laudos do ICRIM foram encaminhados para a Polícia Civil e o Ministério Público do Trabalho, que investigam um possível caso de homicídio culposo no acidente. O Mix Mateus do Vinhais, onde aconteceu o acidente, já foi reaberto na última sexta-feira (11).
O G1 entrou em contato com a assessoria do Grupo Mateus, que ainda não se posicionou sobre o resultado dos laudos do ICRIM.
Fonte: G1 Maranhão.