O juiz da 1ª Vara, Marcelo Moraes Rêgo, deu o prazo de cinco dias para a Prefeitura de Zé Doca apresentar justificativas sobre as provas que juntou ao processo de reintegração de posse da casa da família do lavrador Manoel França, que foi demolida nessa segunda (18).
Desde o mês de abril, a Prefeitura de Zé Doca alegava, na Justiça do Maranhão, que a construção seria ilegal e irregular, por ter sido feita em um terreno que pertenceria a prefeitura.
O lavrador alega que havia adquirido a área legalmente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Segundo o instituto, já estava em andamento um processo de regularização fundiária da área, que originalmente pertencia à União.
Em nota, a superintendência do INCRA disse que enviou o caso à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF), para que tomem as providências cabíveis, e que todo processo relacionado à desapropriação foi encaminhado à Procuradoria Federal do órgão.
Tristeza em meio à destruição
Há cinco dias, a cena da casa da família do lavrador Manoel França, que foi demolida em meio a uma disputa de terra que envolve a Prefeitura de Zé Doca (MA), comoveu os maranhenses. Hoje, além do entulho e das lembranças felizes do tempo em que viveram na casa, o que resta para a família é a revolta de ver o seu lar destruído.
“Acabou tudo. Eu fiquei pensando ‘acabou a minha vida’. Fiquei pensando ‘acabou a vida da minha esposa’, os meus netos chorando ‘esses homens são maus’, foi a coisa que mais me doeu”, relembra emocionado, o lavrador Manoel França, dono do imóvel.
Após destruir a casa de alvenaria, que havia sido construída há cerca de seis meses e onde moravam cerca de 10 pessoas da família, o trator avançou em direção a casa de taipa, onde a família havia morado por quase oito anos.
Atualmente, o espaço servia como um dormitório para pequenos animais como galinhas e patos. No momento da destruição, muitos desses bichos estavam no local e não conseguiram se salvar.
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