Estreito, MA – Imagens divulgadas nesta quinta-feira (26) pela Marinha do Brasil revelam detalhes da carga dos caminhões que caíram no Rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada na divisa entre os estados do Maranhão e do Tocantins. Apesar do impacto, os tanques que transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas permanecem intactos, minimizando o risco de contaminação ambiental.
A queda da ponte, ocorrida no último domingo (22), deixou moradores da região em estado de choque. Três caminhões estavam sobre a estrutura no momento do desabamento, transportando produtos químicos de alto risco.
Impacto ambiental sob controle
Caco Graça, supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), destacou que, embora haja um risco mínimo de vazamento durante a operação de retirada dos caminhões, a situação está sob controle.
“Se toda a carga tivesse vazado no rio, ainda assim, a diluição seria suficiente para evitar danos significativos à saúde humana. Contudo, poderia haver impactos localizados, como alteração de pH e morte da biota aquática na área próxima. Por isso, recomendamos que a população evite se aproximar do local, inclusive com embarcações”, afirmou Graça.
Segundo ele, mesmo com as condições favoráveis, a equipe monitora de perto o processo de remoção para evitar maiores danos ao meio ambiente.
Buscas por vítimas continuam
Além da preocupação ambiental, a tragédia trouxe perdas humanas. Na manhã desta quinta-feira (26), mergulhadores localizaram mais dois corpos, elevando o número de mortos para oito. Nove pessoas ainda estão desaparecidas, e equipes de resgate continuam as buscas.
A identidade das vítimas encontradas não foi divulgada, pois os corpos permanecem submersos. A Marinha informou, em coletiva de imprensa, que está empenhada em localizar os desaparecidos e esclarecer as causas do desabamento.
Uma tragédia anunciada?
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira era uma ligação estratégica entre os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). Inaugurada há décadas, a estrutura apresentava sinais de desgaste, segundo relatos de moradores locais.
No momento da queda, os três caminhões carregados sobre a ponte teriam excedido o peso suportado, agravando a situação. Uma investigação foi aberta para determinar as responsabilidades pelo colapso.
População pede respostas
Moradores da região estão consternados com a tragédia e cobram medidas para evitar novos acidentes. “É uma situação muito triste. Perdemos vidas, e agora temos esse risco ambiental. Esperamos que as autoridades tomem providências para que algo assim nunca mais aconteça”, disse João Alves, pescador da região.
Enquanto isso, equipes de resgate, autoridades ambientais e a Marinha seguem trabalhando intensamente, equilibrando o luto pela tragédia com a esperança de mitigar seus impactos.