Alan Turing escreveu um artigo na revista Mind em 1950 intitulado “Computadores e Inteligência” (Computer Machinery and Intelligence, em inglês), que aborda o momento em que os computadores vão superar o intelecto humano no momento que homem não souber distinguir o que a maquina ou o ser humano escreve. O termo inteligência artificial foi criado em 1956 e de lá até os tempos atuais, a tecnologia evoluiu. Os últimos meses foram equivalente a décadas no processo de desenvolvimento e descobertas da inteligência artificial (IA).
Empresas como Google, Alibaba, Tencent, Amazon já anunciaram que estão desenvolvendo ou testando suas próprias IAs. No entanto, há muitas questões sobre esse uso e futuro deste conhecimento.
Desde novembro, quando a OpenAI liberou o ChatGPT, a ferramenta inaugurou uma nova fase na relação entre homem e máquina. A novidade acelerou a inovação, trouxe mais de 100 milhões de usuários diários, trazendo implicações econômicas e sociais para os próximos anos.
A clareza dos textos gerados por ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI, não pode ser confundida com um real, e limitado, entendimento das máquinas sobre os temas diante de anos do conhecimento humano.
De melhorar a qualidade no trabalho, até mesmo alunos usando a IA para elaborar atividades ou provas. Lojas online, como a poderosa Amazon, já aposta em uma página dedicada a livros escritos e vendidos por inteligência artificial.
A tecnologia colocou a inteligência artificial generativa no centro de discussões. Cientistas e especialistas pedem pela regulamentação da inteligência artificial.
Segundo a professora do programa de Mídia, Artes e Ciências do MIT, Pattie Maes, em entrevista à Folha de S. Paulo, disse que a inteligência artificial é como um papagaio. Pois, são capazes de reproduzir a linguagem, mas não de pensar sobre o que estamos pedindo.
“É bastante preocupante que essas tecnologias estejam sendo amplamente disponibilizadas sem termos primeiro uma discussão aprofundada sobre seus impactos e a definição de uma regulamentação”, diz Maes.
A especialista ainda ressalta que o uso da internet já prejudicou a sobre a verdade e o uso em excesso da inteligência artificial pode prejudicar o debate, porque as pessoas tendem a acreditar no que os robôs escrevem. E os robôs podem ser configurados tanto para o bem quanto para o mal.
Mundo discute regular IA
Na União Europeia, a Lei de Inteligência Artificial, que está em fase de implementação e, pode ser considerado um marco, define o uso da IA deve ser baseado no risco para a segurança dos usuários comuns, empresas e poder público, com aplicação de sanções no caso de descumprimento de regras.
No Brasil, existe um projeto de lei que cria o marco legal do desenvolvimento e uso da Inteligência Artificial pelo poder público, por empresas, entidades diversas e pessoas físicas. O PL 21/2020, proposto por Eduardo Bismarck (PDT-CE), relatado por Luísa Canziani (PTB-PR), propõe estabelecer fundamentos, princípios e diretrizes para o desenvolvimento da tecnologia de IA no País.
O PL foi aprovado por 413 votos favoráveis contra 15 e seguiu para votação no Senado.
Em caso de aprovação, será estabelecido no país as regras para o desenvolvimento de uma indústria do tipo, com o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento da tecnologia, assim como à capacitação de profissionais para o uso da IA.
Nos Estados Unidos, uma futura lei também é discutida e eles abordam cinco pontos: sistemas seguros e eficientes, proteção contra discriminação de algoritmos, privacidade de dados, informação e explicação sobre os sistemas automatizados e alternativas humanas aos sistemas de IA.
O que é um chatbot?
Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT é um robô de bate-papo, ou chatbot, capaz de produzir texto e trazer informações sobre assuntos diversos de forma naturalizada. A complexidade das respostas e a sofisticação da organização do texto chamam a atenção.
Ele consegue produzir textos, e-mails corporativos, listas de organização e código de computação. Basta pedir da forma certa que o sistema entrega, inclusive em português.
Após o anúncio da OpenAI, dona do ChatGPT, aconteceu uma corrida pela tecnologia nas principais empresas de tecnologia do mundo.
Fonte: SBT News