O Maranhão, apesar de ter sua capital São Luís como a primeira a imunizar as menores faixas etárias no país, ainda passa por uma conjuntura difícil com um número preocupante de infectados, leitos ocupados e óbitos.
E se não bastasse essa grave situação, o governador Flávio Dino (PSB), decretou através da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MA), prazo para que as atividades dos Hospitais de Campanha para tratamento da Covid-19, montado no Espaço Renascença em São Luís e no anexo do Hospital Gentil Filho em Caxias, sejam encerradas.
É importante salientar que diferente da cidade de Alcântara e Raposa na região metropolitana de São Luís, que imunizaram 100% da população vacinável, a capital e Caxias, que é uma das maiores cidades do leste do estado, ainda corre o risco de terem surtos de aumento nos casos de infecção, por conta de serem principais polos de circulação de pessoas de outras cidades e estados, e essa decisão põe em risco a superlotação e agravamento da precariedade de atendimento em outros hospitais sem a mesma estrutura e recursos, como os de campanha, que são voltado exclusivamente pra esse tipo de atendimento.
Em um grupo de WhatsApp de assuntos políticos de Caxias, uma pessoa que criticou a ação de Dino, teve como resposta que o vice-governador Carlos Brandão fosse procurado. Isso é uma clara evidência de perseguição política, pois os prefeitos de São Luís e Caxias não são da base governista.
Agora o hospital de campanha da ilha com 60 leitos, sendo 10 de UTI’s e 500 profissionais de saúde, que teve parceria com o Grupo Mateus e o Uniceuma, e foi inaugurado no dia 31 de março, no pico da crise do Coronavírus no estado e no país, deve ser desativado até o dia 31 deste mês. Já em Caxias, os 18 leitos clínicos e 10 de UTI’s com 140 profissionais de saúde, tem que ser desativado até o dia 13 de agosto. Os hospitais ainda possuem pacientes internados e a SES-MA não informou o número de leitos ocupados, e nem para onde esses pacientes serão transferidos.
Óbvio que é um erro gritante sacrificar esse instrumento de recuperação de pessoas acometidas pelo Coronavírus, instrumento esse que não foi criado por benevolência de Flávio Dino, mas sim, uma orientação das organizações de saúde. Quebrar esse elo, enfraquece a luta por dignidade que ameniza o sofrimento de pacientes e familiares, por mero capricho político.