Nesta terça-feira (26), entidades empresariais em São Luís manifestaram ‘profunda preocupação’ com a manutenção da greve dos rodoviários, que já dura seis dias na capital.
Em Nota Pública, as entidades que representam o comércio dizem que a paralização do transporte público afeta a população na realização dos afazeres básicos do dia a dia, e traz prejuízos ao Poder Público com a redução da arrecadação de tributos. Há ainda a preocupação com a economia e a retomada dos empregos em um momento considerado crucial.
A nota foi assinada pela Associação Comercial do Maranhão (ACM), Associação Maranhense de Supermercados (Amasp), Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA).
Veja abaixo na íntegra.
“As entidades empresariais – Associação Comercial do Maranhão (ACM), Associação Maranhense de Supermercados (Amasp), Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) – que representam o setor comercial, manifestam profunda preocupação com a manutenção da greve do transporte público de São Luís pelo 6º (sexto) dia consecutivo.
Em um momento em que o comércio ludovicense inicia a recuperação das vendas, após amargar meses de prejuízos decorrentes da Pandemia, a paralisação dos ônibus coletivos impõe mais uma queda no faturamento das empresas e riscos à retomada dos empregos às vésperas do período natalino.
A situação afeta, ainda, toda a população que necessita do transporte para ir à escola, ao médico, ao posto de vacinação contra a COVID-19 ou qualquer outra tarefa do dia a dia, além de trazer prejuízos ao Poder Público com a redução da arrecadação de tributos oriundos das transações comerciais.
Considerando o atual cenário socioeconômico, é imprescindível que empresários, trabalhadores e o poder público estejam alinhados na direção da reativação das atividades econômicas, com foco na geração de empregos e no retorno da renda das famílias.
Assim, as entidades empresariais – ACM, AMASP, CDL e FECOMÉRCIO – reivindicam a resolução da crise do transporte público ludovicense de modo responsável e urgente, sem onerar a população com aumentos nas tarifas das passagens. As entidades pleiteiam a adoção do bom senso de todos os envolvidos – empresas do setor de transporte, sindicato dos trabalhadores rodoviários e Prefeitura – com vistas à garantia do direito constitucional de ir e vir dos cidadãos”
A greve dos rodoviários chegou ao sexto dia sem um acordo entre patrões e empregados do sistema de transporte público. Nesta terça (26), o secretário de governo de São Luís, Enéas Fernandes, falou sobre a reunião de segunda (25) e disse que a prefeitura está fazendo a parte de mediação.
“Se trata de uma relação de empresários e rodoviários. A Prefeitura participou de uma reunião pessoalmente para tentar auxiliar as categorias no sentido de que fossem feitas algumas propostas, que não foram aceitas. A Prefeitura anteciparia receitas para o sindicato, para que fossem pagos os salários e benefícios atrasados da categoria, e isso já estaria na conta amanhã”, disse o secretário.
Também na reunião, o prefeito da capital, Eduardo Braide (Podemos), convocou uma reunião e apresentou a proposta de um auxílio emergencial para o setor.
Na prática, um cartão cidadão iria garantir passagem gratuita para pessoas que perderam o emprego durante a pandemia da Covid-19, além de contribuir para o sistema de transporte público, com injeção de recursos. O auxílio substituiria o reajuste da tarifa de ônibus em São Luís e, com o recurso, seria possível retornar com as atividades na capital.
No mesmo dia, houve ainda uma proposta de reajuste salarial de 2% oferecida pelo sindicato dos empresários aos rodoviários, mas houve rejeição. A categoria quer um reajuste de 13%, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), Marcelo Brito.
Além do reajuste no salário, o sindicato reivindica uma jornada de trabalho de seis horas, tíquete de alimentação no valor de R$ 800, manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente e a concessão do auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.
A paralisação dos rodoviários teve início na madrugada da última quinta-feira (21), com 100% da frota de ônibus sem circular na Grande São Luís. A categoria afirma que os donos das empresas não cumprem com uma Convenção Coletiva de Trabalho, que prevê uma série de direitos aos motoristas, por parte das empresas de transporte.
Fonte: G1MA