Tudo ao nosso redor é feito de elementos químicos. Esses elementos, quando reagem entre si, não desaparecem, mas se transformam. Ocorre uma reorganização dos átomos que formam os elementos, levando a uma nova disposição – um conceito conhecido como Lei da Conservação da Massa, formulado pelo cientista francês Antoine Laurent Lavoisier, que ecoou o famoso ditado “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Vamos tomar o exemplo do carbono. Um átomo de carbono pode permanecer durante milhões de anos em um depósito de carvão. Através da combustão em uma usina, o carbono é liberado na atmosfera sob a forma de compostos, como dióxido de carbono (CO²), contribuindo para o aquecimento global. Esses compostos são absorvidos pelo oceano, árvores ou culturas agrícolas, entrando no ciclo alimentar e retornando eventualmente à atmosfera, onde começam novas trajetórias.
A indústria brasileira tem se esforçado para reduzir as emissões de CO², dando passos em direção ao processo de descarbonização – uma mudança fundamental para uma economia global mais sustentável. A meta é atingir emissões reduzidas através da diversificação da matriz energética com fontes de energia mais limpas. Além disso, o mercado deve abrigar produtos e serviços alinhados com processos mais sustentáveis e menos impactantes ao meio ambiente.
Estratégias de Longo Prazo para a Descarbonização
Para Flávio de Queiroz, professor de Engenharia Civil do Centro Universitário de Brasília, o investimento em tecnologia de geração de energia e combustíveis sustentáveis e renováveis é crucial para a descarbonização. Ele destaca o uso de biocombustíveis e de etanol de segunda e terceira geração, a energia fotovoltaica e eólica, além de novas apostas como o hidrogênio verde e azul.
Descarbonização: Desafios e Oportunidades
A descarbonização da economia faz parte do Plano de Retomada da Indústria, apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao governo brasileiro. Com quatro eixos principais – descarbonização, transformação digital, saúde e segurança sanitária, defesa e segurança nacional – o plano visa retomar o crescimento do país.
Além dos benefícios ambientais, a descarbonização traz oportunidades de negócios e empregos em uma nova economia, conforme destaca Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI. Ele ressalta o potencial do Brasil de se posicionar como um player importante e competitivo no mercado internacional de descarbonização.
No entanto, a transição para uma indústria de baixo carbono não está isenta de desafios. Bomtempo cita a necessidade de políticas públicas eficientes, um plano de financiamento robusto, uma estratégia de educação e capacitação para a força de trabalho e a absorção de novas tecnologias e inovações para uma maior competitividade.
Portanto, enquanto o caminho para a descarbonização pode ser desafiador, a perspectiva de uma indústria mais sustentável e de um meio ambiente mais saudável torna a jornada não apenas necessária, mas também promissora.
Por Marcony Edson