O Blog Ilha Rebelde recebeu recentemente uma série de denúncias gravíssimas que expõem a atual gestão da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAES) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), sob o comando do professor Danilo Francisco Correa Lopes. O pró-reitor, que deveria ser um defensor dos direitos e das necessidades dos estudantes em situação de vulnerabilidade, parece estar utilizando seu cargo para favorecer aliados políticos e punir opositores, transformando o espaço universitário em um cenário de manipulação e desrespeito à ética.
Na última denúncia publicada por este blog, revelamos como Lopes tem sistematicamente destruído as conquistas de seu antecessor, agindo em desrespeito aos estudantes e à missão da universidade pública de promover igualdade de oportunidades. Ao indeferir bolsas de auxílio estudantil para estudantes que realmente necessitam, Danilo Lopes tem comprometido a permanência de muitos alunos na universidade, colocando em risco o futuro de jovens em situação de vulnerabilidade social e financeira. Esses atos, por si só, já são dignos de repúdio, mas as novas informações que vieram à tona revelam uma situação ainda mais perturbadora.
AS DENÚNCIAS: UM DESCASO COM A MORALIDADE
A primeira delas diz respeito à uma suposta ligação íntima entre Danilo Lopes e Marcos Moura, indicação de uma ex-candidata a vice-reitora. Lopes também possui vínculos estreitos com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Maranhão, criando uma rede de favorecimentos que privilegia seus aliados políticos em detrimento do bem-estar estudantil.
OS BENEFICIADOS: UMA REDE DE FAVORECIMENTOS
Entre os principais beneficiários desse esquema, destaca-se Glayciane Silva, uma das líderes da JSPDT, juventude partidária do senador Weverton Rocha e do vereador Raimundo Penha, ambos com histórico de ampla participação e militância no Movimento Estudantil.
De acordo com as denúncias, Glayciane foi agraciada com uma posição em uma empresa terceirizada da UFMA, operando dentro da PROAES. Embora não seja necessariamente ilegal, tal ato é profundamente imoral, especialmente considerando o grande número de estudantes que foram forçados a abandonar a universidade devido à falta de apoio financeiro que lhes permitisse continuar seus estudos.
Outro nome que se destaca nesse contexto é o de Vinícius Socram, estudante de Ciências Econômicas e presidente do Centro Acadêmico de seu curso. Socram, que inicialmente se destacou como um crítico ferrenho da gestão do ex-reitor Natalino Salgado e do atual reitor Fernando Carvalho, mudou repentinamente de postura após a intervenção de Danilo Lopes. Sua participação ativa na ocupação do prédio da Reitoria no segundo semestre de 2023, que durou quase um mês inteiro, foi seguida por uma mudança abrupta de posição, passando a defender abertamente a gestão de Lopes e Carvalho. Não é difícil imaginar que essa mudança de postura esteja relacionada aos supostos benefícios que Socram começou a receber, possivelmente em troca de seu apoio.
EDUARDO CORREIA: O CASO QUE EXPÕE A FALTA DE MORALIDADE
Um caso particularmente alarmante é o de Eduardo Correia, estudante de Ciências Econômicas e membro da União da Juventude Socialista (UJS), juventude do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Correia, que foi indiciado por estupro em 2021, após atacar uma funcionária de uma secretaria do Estado na época, em que atuava como superintendente, continua a levar uma vida normal, protegido pelas mesmas redes políticas que deveriam condená-lo. A falta de repercussão desse caso na mídia é um indicativo claro da influência e das conexões que Correia possui, graças ao apoio de figuras influentes dentro do PCdoB e da própria UFMA.
É impossível não mencionar o silêncio cúmplice de figuras do PCdoB, lotadas na casa da mulher brasileira que, em outras ocasiões, foi rápida em denunciar publicamente casos de assédio e violência contra mulheres. O fato de que essas pessoas permaneceram em silêncio diante das acusações contra Eduardo Correia, enquanto liderava campanhas de repúdio contra outros indivíduos por crimes menos graves, apenas reforça a suspeita de que a proteção partidária tem prevalecido sobre a justiça e a moralidade.
Surpreendentemente, esse mesmo Eduardo Correia, com seu histórico manchado por acusações gravíssimas, continua a ser beneficiado pela PROAES/UFMA. Parece que Danilo Lopes fez de Correia um protegido, permitindo que ele continue a circular pelos campi da UFMA e, ainda mais surpreendente, falar em nome da PROAES, representando a pró-reitoria em eventos e discussões.
ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR: MANIPULAÇÃO E TENTATIVA DE GOLPE
A situação atinge níveis ainda mais alarmantes quando analisamos as tentativas de Danilo Lopes de manipular o ambiente estudantil para favorecer seus aliados. Quem conhece o funcionamento do Movimento Estudantil ou trabalha com educação sabe que, em muitas escolas de ensino fundamental e médio, gestores manipulam estudantes, colocando debaixo de seu braço, grupos que disputam os grêmios estudantis, formando o que popularmente chamamos de ‘Grêmio do Diretor’. Esse tipo de manipulação é uma prática comum entre aqueles que preferem controlar pequenos grupos para manter o poder, em vez de permitir que os estudantes exerçam seu direito democrático de escolher seus representantes.
Danilo Lopes, ao que tudo indica, está aplicando essa mesma tática na UFMA. Ao financiar os grupos partidários mencionados anteriormente, ele tenta organizar o Conselho de Entidades de Base (CEB) para este final de semana, com o claro objetivo de enfraquecer o Diretório Central dos Estudantes (DCE) “17 de Setembro”, que foi democraticamente eleito em julho de 2023. Essa estratégia, além de escusa e desonesta, ultrapassa todos os limites da razoabilidade e flerta com a ilegalidade, uma vez que o DCE é a entidade máxima de representação estudantil na UFMA, com gestão legalmente constituída e registrada em cartório, seguindo todos os parâmetros do Código Civil e Jurídico.
Danilo Lopes e seus aliados cometem um erro crasso ao acreditar que podem passar por cima do estatuto de uma entidade séria, construída com a participação dos estudantes em 2017, durante uma assembleia estudantil. Essa tentativa de usurpação do poder estudantil será denunciada ao Ministério Público Federal (MPF) pela atual gestão do DCE. Caso esse processo ilegal seja mantido, uma denúncia será feita à Polícia Federal (PF), o que poderá resultar em ações judiciais contra Danilo Lopes e todos os líderes de juventude partidária que participarem desse golpe contra a representatividade estudantil.
UM CHAMADO À JUSTIÇA
A situação na UFMA sob a gestão de Danilo Lopes, é um retrato alarmante de como o poder pode ser utilizado para interesses pessoais e políticos, em detrimento do bem-estar da comunidade estudantil. As denúncias de favorecimento, manipulação e crimes acobertados não podem ser ignoradas. A universidade, como um espaço de formação cidadã e promoção da justiça social, não pode tolerar a presença de figuras que utilizam suas posições de poder para benefício próprio e de seus aliados.
É fundamental que as autoridades competentes, incluindo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, investiguem rigorosamente essas denúncias e tomem as medidas necessárias para restaurar a integridade da gestão da UFMA. A comunidade universitária não pode aceitar que a pró-reitoria responsável por garantir a assistência estudantil, se transforme em um instrumento de manipulação política e acobertamento de crimes.
Danilo Lopes e seus aliados devem ser responsabilizados por seus atos. A justiça precisa prevalecer, para que a UFMA possa continuar sendo um espaço de oportunidades e igualdade para todos os estudantes, independentemente de sua filiação política ou status social. Este é um chamado à ação: que a lei seja aplicada com rigor e que a moralidade seja restaurada na administração da UFMA.