Um recente relatório divulgado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) trouxe à tona preocupações consideráveis sobre a preparação de médicos recém-formados. O estudo indicou que uma grande maioria dos profissionais demonstrou falta de conhecimento em questões fundamentais da medicina.
Um dos dados mais alarmantes refere-se ao fato de que 69% desses médicos não conseguiram responder corretamente perguntas básicas sobre a aferição da pressão arterial, uma das práticas mais comuns e essenciais em consultas e exames médicos.
O relatório também mostrou falhas significantes em outras áreas cruciais. Aproximadamente 86% dos médicos recém-formados erraram questões sobre as condutas corretas no atendimento inicial a vítimas de trânsito. Além disso, 68% demonstraram desconhecimento sobre o atendimento a pacientes com infarto no miocárdio. Preocupantemente, 44% não souberam identificar o agente causador da Doença de Chagas, uma enfermidade endêmica em algumas regiões do país.
Ao analisar o desempenho baseado na origem educacional, o relatório destacou uma disparidade entre instituições públicas e particulares. Os estudantes oriundos de universidades públicas tiveram um desempenho consideravelmente superior, registrando uma taxa de acerto de 81%. Já os egressos de universidades particulares obtiveram uma taxa de acerto de 53%.
Estes resultados levantam questões pertinentes sobre a qualidade da educação médica no estado de São Paulo e, possivelmente, em outras regiões do país. A capacitação adequada dos profissionais de saúde é crucial não apenas para o desenvolvimento da medicina, mas também para garantir o atendimento seguro e eficaz aos pacientes.
Espera-se que esses dados sirvam como um alerta para as instituições de ensino e para os órgãos reguladores, enfatizando a necessidade de revisão e possíveis melhorias nos currículos e métodos de ensino da medicina.
Por Marcony Edson