O Jornal Hoje, da Rede Globo, trouxe à tona uma realidade alarmante sobre as condições das delegacias do Maranhão, evidenciando a carência de delegados que afeta mais de 70% dos municípios do estado. Este cenário preocupante ressalta a urgência de medidas eficazes para combater a insegurança e a insuficiência de recursos no sistema policial maranhense.
Em uma matéria veiculada em setembro de 2023, foi revelado que aproximadamente 77% das cidades maranhenses estão desprovidas de delegados, conforme dados fornecidos pela Associação dos Delegados de Polícia do Maranhão (ADEPOL-MA). Dos 217 municípios do estado, mais de 167 encontram-se sem profissionais qualificados para liderar investigações e operações policiais. O déficit de delegados é um desafio persistente, e apesar dos esforços, a situação parece longe de ser solucionada. Atualmente, o Maranhão conta com 397 delegados, um número insuficiente para atender adequadamente a população de quase 7 milhões de habitantes.
Márcio Dominici, presidente da ADEPOL, destacou na época que, a extrema sobrecarga enfrentada pelos delegados, alguns dos quais chegam a ser responsáveis por até cinco cidades simultaneamente. A falta de recursos humanos e infraestrutura adequada impossibilita a realização de investigações eficazes, especialmente nas áreas mais afastadas da capital, São Luís, onde o número de delegados é ainda mais reduzido.
O Maranhão figura como o segundo estado que menos investe em segurança pública no país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) é de um delegado para cada 10 mil habitantes, o que colocaria o Maranhão na necessidade de contar com cerca de 700 delegados para sua população atual.
A situação se agrava em bairros como Vila Embratel, em São Luís, onde a delegacia local encontra-se sem delegado e sem plantão para ocorrências noturnas. Moradores expressam sua insegurança e frustração diante da incapacidade de registrar ocorrências após as 18h, evidenciando o impacto direto dessa deficiência no bem-estar da população.
Este cenário desolador no Maranhão exige uma resposta imediata e eficaz das autoridades competentes. A segurança pública é um direito fundamental dos cidadãos e a base para o desenvolvimento social e econômico. A falta de delegados e recursos nas delegacias do estado não é apenas um problema administrativo, mas uma questão de direitos humanos que afeta diretamente a vida de milhares de maranhenses.
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