O grupo de turistas brasileiros que fugia da guerra em Israel – que incluía nove maranhenses – chegou na madrugada desta quarta-feira (11) em Brasília, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). O sentimento é de alívio diante da dificuldade que passaram para sair das proximidades do conflito contra o Hamas.
O grupo estava há quase 10 dias em Israel. Comemorando a chegada, o pastor Antônio Dias gravou um vídeo assim que o avião aterrissou em território brasileiro.
“Chegamos bem, chegamos em paz. Fizemos uma excelente viagem e estamos celebrando. Glória a Deus e viva o Brasil!”, declarou Antônio, que liderou uma caravana com 37 pessoas a Israel em 1º de outubro, para fazer turismo religioso, e que acabou em meio ao início da guerra na região.
No voo que chegou a Brasília estavam 17 pessoas da caravana, entre maranhenses, tocantinenses e paraenses, que conseguiram ser repatriados pelo Itamaraty após terem os voos comerciais cancelados em Tel Aviv, no último sábado (7).
“Tentamos conseguir passagens de volta para o Brasil, mas não conseguimos. A Emirates havia cancelado o voo e estávamos sem resposta. Por isso, entrei em contato para minha filha para entrar em contato com o Itamaraty para conseguir uma ajuda urgente”, disse.
A viagem foi organizada pela agência de viagens que pertence ao pastor Antônio Dias, que também é pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Imperatriz (MA), cidade no sudoeste do Maranhão. O grupo estava no hotel quando o bombardeio começou.
“Nós estávamos no hotel quando começou o ataque do Hamas. Quando fomos para o café, nosso receptivo nos informou da situação e se mudou toda a logística da viagem. Foi muito assustador”, disse.
Voo de repatriação
A aeronave modelo KC-30 foi o avião utilizado para trazer os brasileiros de volta ao Brasil e tem capacidade para até 230 passageiros.
Ao g1, o pastor diz que, apesar da ‘distância’ do ponto principal de conflito, a sensação de medo é constante em Tel Alviv. Ele conta que a rotina da cidade foi toda modificada devido ao conflito e que, apenas pessoas autorizadas podiam transitar pelas ruas.
“A gente se vê muito impotente. A gente confia em Deus, mas na condição de humano, a gente sabe que somos falíveis. O comércio está fechado, existe uma movimentação muito pouca na rua, só pessoas autorizadas podem circular em atividade de segurança. O que a gente percebe aqui é que intensidade da guerra vai aumentar”, disse.
“Veio aquela sirene que assusta a gente e a gente procurou o bunker de segurança do hotel. Ficamos por 5 a 10 minutos e voltou a ‘normalidade’. O medo é muito constante por aqui. A gente quer sair e precisamos sair, é uma questão sobrevivência humana. Nós estamos em uma área de muito risco”, diz.
Remarcação de passagens
Ao g1, o pastor Antônio Dias relatou que, além da dificuldade para sair de Israel, o grupo também enfrentou problemas com a remarcação de passagens para suas cidades de origem, dentro do Brasil. Isso porque, devido ao conflito e a chegada deles no país em voos da FAB, haverá uma mudança no cronograma de chegada em solo brasileiro.
Segundo o pastor, ele procurou a LATAM para fazer a remarcação das passagens do grupo e foi cobrado até R$ 2 mil, por pessoa, para conseguir encaixar os brasileiros para voos com destino à Imperatriz (MA), Palmas (TO) e Marabá (PA).
Fonte: G1 MA