A Câmara Municipal de São Luís realizou na manhã desta sexta-feira, 7 de junho, uma sessão solene em alusão ao Junho Laranja, uma campanha voltada à conscientização sobre a prevenção de queimaduras. O evento ocorreu no Plenário Simão Estácio da Silveira, com a condução da vereadora Karla Sarney (PSD), autora do requerimento que originou a solenidade.
A mesa da sessão solene contou com a presença do presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ-MA), o médico cirurgião plástico Antônio Luiz Moreira; da presidente da Associação Maranhense de Apoio a Sobreviventes de Queimaduras (AMASQ), Andréa Barbosa; e do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Maranhão (CREA-MA), Wesley Costa de Assis.
Karla Sarney abriu os pronunciamentos parabenizando o trabalho das associações que auxiliam vítimas de queimaduras no Maranhão, como a AMASQ e a SBQ. Ela ressaltou a gravidade dos acidentes com queimaduras no estado, mencionando que mais de 12 mil pessoas são internadas anualmente no Maranhão devido a esses incidentes.
“A gente acha que os casos de queimaduras são isolados, que acontece com uma ou outra pessoa, e não é, a gente observa pelos dados que é algo muito sério, são mais de 12 mil pessoas internadas por queimaduras no Maranhão”, destacou a vereadora.
O presidente da SBQ-MA, Antônio Luiz Moreira, enfatizou o impacto profundo que as queimaduras têm na vida das vítimas, mencionando que o tratamento é longo e caro. Ele também destacou a necessidade de maior atenção da sociedade e dos órgãos públicos para o tema.
“O tema queimadura é muitas vezes relegado a terceiro plano da assistência, sendo que traz um impacto social e econômico em nossa sociedade”, afirmou Moreira. Ele apontou ainda que o Maranhão é um dos estados com o maior índice de queimaduras no Brasil, representando cerca de 9% a 10% dos casos.
Wesley Costa de Assis, presidente do CREA-MA, abordou a importância da prevenção e do acompanhamento profissional para reduzir os casos de queimaduras. Ele citou recentes incêndios em apartamentos na ilha de São Luís como exemplos de problemas que poderiam ser evitados com a devida orientação técnica.
“Boa parte desses problemas são ocasionados pela falta do acompanhamento de um profissional devidamente habilitado. Basta ver os últimos incêndios que ocorreram aqui na ilha, em apartamentos. O incêndio gera queimadura e gera queimadura dentro do próprio lar”, disse Costa de Assis.
Andréa Barbosa, presidente da AMASQ, defendeu a promoção de ações de conscientização para diminuir os fatores de risco e alertou para a carência de estruturas adequadas para atender os sobreviventes de queimaduras no Maranhão. Ela destacou a necessidade de um centro especializado na capital para evitar que os pacientes tenham que ser encaminhados para outras regiões do país.
“Aqui em São Luís nós não temos nenhum centro de queimaduras. Os sobreviventes atualmente não têm um lugar para se reabilitar, é uma grande dificuldade”, afirmou Barbosa.
Sobre a AMASQ
A Associação Maranhense de Apoio a Sobreviventes de Queimaduras (AMASQ) é uma organização sem fins lucrativos fundada em 2020, em Caxias. A entidade mobiliza esforços para a prevenção de queimaduras e presta apoio aos sobreviventes, fornecendo malhas compressivas, cremes hidratantes, e orientação por meio de voluntários de diversas áreas.
A sessão solene reforçou a importância de iniciativas como o Junho Laranja para aumentar a conscientização e a prevenção de queimaduras, destacando a necessidade de políticas públicas e suporte adequado para as vítimas.