Um amplo debate para discutir o papel da mulher e seu lugar de fala. Esse foi o mote da roda de diálogo realizada na Câmara Municipal de São Luís nesta quinta-feira (9). Com o tema ‘Empoderamento Feminino: Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser’, o evento marcou as atividades comemorativas pelo Dia Internacional da Mulher. O debate promoveu ainda a valorização, integração e estreitamento das relações entre os servidores da Câmara.
Na ocasião, foram discutidos o conceito de empoderamento feminino, levando em conta a diversidade das mulheres quanto a etnias, origens culturais, religiões, cores e nacionalidade. Foram pontuados o histórico deste movimento e principais avanços e desafios para a sua consolidação.
Os participantes também citaram diversas experiências e pontuaram que os espaços de poder não foram preparados para as mulheres. A revolução sexual, ocupação de espaços de poder, lugares de fala, além das questões de mulheres negras, LGBTs e com deficiência também foram pautados no evento.
“Promovemos esse debate como forma de provocar reflexões sobre como estimular o empoderamento feminino e conscientizar sobre a importância deste movimento para alcance da igualdade de gênero. Agradecemos a participação de todos, mulheres e homens. É um caminho que ainda queremos trilhar, andar de mãos dadas e sermos sensíveis com a condição da mulher. É um trabalho de formiguinha, mas pelo qual podemos lutar e acreditar. Aprendi muito neste momento, foi um debate muito proveitoso”, ressaltou a assistente social Karoline Rocha, do Departamento de Saúde da Câmara.
A roda de diálogo foi mediada pela professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Patrícia Rakel de Castro Sena. Ela destacou espaços da mulher no trabalho e sociedade, ao longo do processo histórico, com recortes no movimento feminista. Ela discorreu ainda sobre as fases do feminismo, passando pelas lutas do direito das mulheres ao voto, o trabalho fora de casa e as desigualdades que surgem dessa nova configuração de sociedade.
“É um processo gradativo que vem se desenhando historicamente. A mulher foi invisibilizada ao longo dos anos. Se ela não consegue existir, como ela vai estar onde ela quiser? A primeira noção de empoderamento feminino é pensar sobre essas formas de violência terem se estruturado a partir de situações básicas, como a mulher ter que usar anticoncepcional, que pode prejudicar seus corpos, e o homem não poder fazer vasectomia. Paralelamente, ao homem sempre foi dado o direito de se relacionar e viver esse sentimento sem amarras. A mulher não tem esse direito e ainda lida com o medo de morrer pelas mãos do próprio companheiro”, refletiu a professora Patrícia Sena.
Patrícia de Sena é doutora em Comunicação pela UFMA e professora do Departamento de Comunicação da universidade. É docente permanente do Programa de Pós-graduação em Comunicação – Mestrado Profissional da UFMA, coordena a linha de pesquisa ‘Mídia e Democracia’ e desenvolve pesquisas nas áreas de comunicação e identidade de gêneros.
“Entendemos que, o debate deste tema cabe a toda sociedade, não só às mulheres. É preciso fomentar a discussão sobre a importância do empoderamento para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. E também, queremos mostrar aos servidores como esta instituição pode contribuir para o fortalecimento do empoderamento feminino”, pontuou Karoline Rocha.
A roda de diálogo foi organizada em parceria pela Diretoria de Comunicação, por meio do setor de Comunicação Organizacional; do Recursos Humanos, por meio do setor de Psicologia; e da Saúde e Assistência ao Servidor, por meio do setor de Assistência Social.
Fonte: Câmara Municipal de São Luís