A coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana, avalia que o Brasil “é muito rápido em vacinar”. Contudo, diz que não se pode comparar a vacinação contra o coronavírus com outras campanhas de imunização, que têm cronogramas para entrega de doses mais definidos.
As declarações foram dadas em entrevista publicada neste sábado (13.jan.2021) pela Folha de S.Paulo. Ela explica que a escassez mundial de doses e a falta de insumos para produzir vacinas contra o coronavírus fazem com que a imunização seja mais devagar.
“Quando se fala que a vacinação está atrasada, não vejo dessa forma“, declara. Ela afirma que a aplicação de vacina é feita de acordo com a disponibilidade das doses. “Se tivéssemos uma disponibilidade maior pelo fornecedor, com cronograma regular, teríamos como vacinar de forma acelerada“.
O Brasil está próximo da marca de 5 milhões de vacinados. Até as 9h deste sábado (13.fev), havia aplicado a 1ª dose em 4.946.738 pessoas. O número equivale a 2,3% da população. Desses, 178.468 já receberam a 2ª dose.
Fontana afirma que ainda não é possível ver o resultado da vacinação nos números de infectados e mortos pela covid-19. “Vamos ver esse impacto só mais a longo prazo, quando atingirmos um público prioritário maior“, declara.
A coordenadora do PNI diz que há risco na decisão de Estados e municípios de usarem todas as unidades da vacina para aplicar a 1ª dose. “Se vacinarem a mais, talvez não consigam garantir a 2ª dose, e não podemos garantir a eficácia da vacina“, afirma.
Segundo ela, os estudos foram feitos com um determinado intervalo entre a 1ª e a 2ª dose. Para a CoronaVac, o intervalo foi de duas a 4 semanas. Para a vacina de Oxford/AstraZeneca, de 8 a 12. Caso esse período não seja seguido, a eficácia de 50% para a CoronaVac e a de 76% da Oxford/AstraZeneca pode não ser mantida.
Fonte: Poder360.