Em mais um capítulo dos resultados divulgados pelo Censo 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou novos dados sobre a demografia brasileira. Segundo o levantamento, há uma diferença notável entre a quantidade de homens e mulheres no país: são 6 milhões de mulheres a mais.
Os dados revelam que 51,5% da população brasileira, o que equivale a 104.548.325 pessoas, são mulheres. Em contraste, os homens representam 48,5% da população, totalizando 98.532.431 indivíduos.
Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, analisou a discrepância entre os números. Segundo ela, uma combinação de fatores pode explicar o fenômeno. “Mais homens tendem a não chegar à idade adulta, e a taxa de mortalidade infantil masculina é maior”, explicou. Ela também mencionou a elevada mortalidade masculina em todos os grupos etários, desde o nascimento até as idades mais avançadas.
De fato, ao longo da vida, os homens no Brasil enfrentam taxas de mortalidade superiores às das mulheres. “Nas idades adultas, a sobremortalidade masculina é mais intensa. E, com o envelhecimento populacional, observa-se uma redução da população de 0 a 14 anos e um aumento significativo da população mais idosa. Nesse contexto, a proporção de mulheres cresce, visto que elas têm uma expectativa de vida mais longa em comparação aos homens”, detalha Marri.
Essa tendência, no entanto, não é exclusiva do Brasil. Em muitos países, as mulheres superam os homens em número devido a fatores biológicos, comportamentais e sociais. No entanto, as implicações desta disparidade demográfica para o desenvolvimento social, econômico e político do Brasil são significativas e merecem atenção contínua por parte de formuladores de políticas e da sociedade em geral.
Por Marcony Edson