O Maranhão foi palco, nesta sexta-feira (23), de um importante debate sobre o futuro do Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, durante a plenária do Plano Clima Participativo, realizada em Imperatriz. O evento, que contou com a presença do governador Carlos Brandão e dos ministros Márcio Macêdo (Secretaria Geral da Presidência) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), faz parte de uma série de discussões organizadas pelo Governo Federal para a construção de uma nova política climática brasileira até 2035.
O governador Carlos Brandão ressaltou a importância do Cerrado para o Maranhão e para o Brasil, destacando que o bioma é essencial tanto para a biodiversidade quanto para as populações que dependem de seus recursos. “O Cerrado é um dos dois grandes biomas presentes no Maranhão, por isso, o Governo Federal está em diálogo com todas as regiões do país para criar uma política efetiva de desenvolvimento sustentável”, afirmou Brandão.
O ministro Márcio Macêdo enfatizou o caráter colaborativo do Plano Clima, que envolve a participação de mais de 20 ministérios e busca ouvir as propostas da sociedade civil organizada. “Estamos percorrendo todos os biomas brasileiros para apresentar o plano, colher informações, debater propostas e ouvir as sugestões da sociedade civil organizada”, explicou Macêdo, lembrando que a população também pode contribuir por meio da plataforma Brasil Participativo.
A ministra Marina Silva detalhou os três principais eixos do Plano Clima: Mitigação, Adaptação e Transformação. Ela explicou que o plano busca reduzir as emissões de CO2, adaptar cidades e ambientes naturais às mudanças climáticas e promover um novo modelo de desenvolvimento sustentável. “O trilho da Mitigação estipulará metas para todos os setores, desde a agricultura até a energia. Precisamos também nos adaptar às mudanças climáticas que já estão ocorrendo e, por fim, transformar nossos modelos de desenvolvimento para um futuro mais sustentável”, pontuou a ministra.
Durante a plenária, representantes de diversos grupos da sociedade civil, incluindo povos indígenas e movimentos ambientais, apresentaram suas propostas para o Plano Clima. Denison Ferreira, do Greenpeace Brasil, sugeriu a inclusão de estratégias para o cuidado da saúde mental das vítimas de desastres climáticos, enquanto Awju Letícia Krikati, da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), propôs a criação de um Centro de Monitoramento de Incêndios Florestais de Terras Indígenas e uma Rede de Brigadas para combate a incêndios.
A plenária faz parte de um esforço nacional para garantir que o novo Plano Clima reflita as necessidades e prioridades de todas as regiões do Brasil. As contribuições apresentadas durante os debates presenciais e via plataforma digital serão analisadas pelo Governo Federal e poderão ser incorporadas ao plano final, que tem como objetivo não apenas proteger o meio ambiente, mas também promover o desenvolvimento sustentável e a justiça climática em todo o país.
O Cerrado, com suas nascentes vitais e rica biodiversidade, é essencial para a sobrevivência de diversas comunidades tradicionais e representa um patrimônio natural e cultural de valor inestimável. A preservação deste bioma é vista como crucial para o futuro do Brasil e para o combate às mudanças climáticas globais.