O Brasil começou a Paralimpíada de Paris com força total no atletismo. No primeiro dia de competições no Stade de France, nesta sexta-feira (30), o país conquistou três medalhas de ouro, incluindo as vitórias de Petrúcio Ferreira e Ricardo Mendonça nos 100 metros das classes T47 e T37, respectivamente. O dia também trouxe a classificação de Thalita Simplício para a final dos 400 metros na classe T11, reforçando a posição de destaque do atletismo brasileiro no cenário mundial.
Petrúcio Ferreira, nascido em São José do Brejo da Cruz, no sertão pernambucano, fez história ao se tornar tricampeão paralímpico nos 100 metros da classe T47 (para atletas com deficiências nos membros superiores). Com um tempo de 10s68, Petrúcio superou o norte-americano Korban Best e o marroquino Aymane El Haddaoui, que empataram na marca de 10s75, levando prata e bronze, respectivamente.
Este ouro se soma aos títulos conquistados nas Paralimpíadas do Rio 2016 e Tóquio 2020, além de outras três medalhas: bronze nos 400 metros em Tóquio, prata na mesma prova no Rio 2016, e prata no revezamento 4×100 metros também na Rio 2016. “Sou muito grato por tudo isso, agradeço quem acredita no meu trabalho. Esse ano eu venho sofrendo muito, briga interna com meu corpo, muitas lesões, me machucando muito, muita cobrança, eu me cobro muito. Isso aqui é só diversão para mim”, declarou Petrúcio após a vitória.
Outro grande destaque do dia foi Ricardo Mendonça, natural de Natividade (RJ), que conquistou o ouro nos 100 metros da classe T37 (para atletas com paralisia cerebral). Após uma largada difícil, Ricardo fez uma impressionante recuperação, cruzando a linha de chegada em 11s07, à frente do indonésio Saptoyogo Purnomo e do atleta paralímpico neutro Andrei Vdovin, que completaram o pódio.
Ricardo, que já era campeão mundial na mesma prova, celebrou o desempenho: “Eu fiz o que tinha que fazer. Saí tendo que correr o mais rápido possível, como meu treinador pede. Na final, não tem corrida bonita, tem corrida rápida. E essa foi rápida o suficiente para trazer o ouro. Melhorei meu tempo, eu queria isso”, afirmou o atleta, que ainda competirá nos 200 metros, sua prova favorita, onde conquistou o bronze em Tóquio.
Thalita Simplício, atual campeã mundial nos 400 metros na classe T11 (deficiências visuais), garantiu sua vaga na final da prova com uma vitória convincente na bateria classificatória, completando o percurso em 58s56. A velocista potiguar, vice-campeã em Tóquio, agora se prepara para disputar o ouro neste sábado (31), às 16h14 (horário de Brasília).
As provas de atletismo continuarão até o dia 8 de setembro, último dia da Paralimpíada de Paris. Com os resultados desta sexta-feira – três ouros e um bronze –, o total de medalhas do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos no atletismo chegou a 174, sendo 51 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze, consolidando a modalidade como a mais bem-sucedida para o país nos Jogos.