A assistência às gestantes no Maranhão tem se mostrado essencial na redução dos casos de sífilis congênita, de acordo com dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde durante o ‘Seminário Integrado da Sífilis – Unindo Forças para a Eliminação’, realizado em Brasília. Em 2023, o estado registrou 618 casos da doença em crianças menores de um ano, reflexo dos esforços no diagnóstico e tratamento precoce da infecção em gestantes.
Em nível nacional, os dados apontam uma redução significativa: 1.511 casos de sífilis congênita a menos em comparação ao ano anterior, representando uma queda de 71% nos casos. Essa diminuição é atribuída ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado durante o pré-natal, reduzindo drasticamente a chance de transmissão da doença de mãe para filho. O objetivo do Ministério da Saúde é eliminar a sífilis congênita como um problema de saúde pública até 2030.
“Vamos eliminar a sífilis e outras infecções como problema de saúde pública até 2030. Esse é o nosso compromisso”, afirmou Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), na abertura do seminário.
O Ministério da Saúde tem investido em ações integradas para o combate à sífilis. Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), destacou que o Brasil possui os instrumentos necessários para reduzir os casos da doença, incluindo a distribuição de testes rápidos e a disponibilização de penicilina para o tratamento.
Em 2023, mais de 14 milhões de testes rápidos foram distribuídos em todo o país, enquanto, até agosto de 2024, já haviam sido distribuídos 7,6 milhões de testes, incluindo os novos testes DUO que identificam HIV e sífilis simultaneamente. A expansão desses testes é vista como uma medida fundamental para identificar e tratar casos de sífilis em estágios iniciais, especialmente entre gestantes.
Como parte do Programa Brasil Saudável, que busca eliminar a transmissão vertical da sífilis, o Ministério da Saúde criou a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical para estados e municípios com mais de 100 mil habitantes. Essa certificação reconhece e difunde boas práticas na prevenção da transmissão de infecções como sífilis, HIV e hepatite B.
Entre 2022 e 2023, 48 municípios e dois estados foram reconhecidos com certificados ou selos de boas práticas em prevenção à sífilis congênita. As solicitações para novas certificações estão em análise, e a cerimônia de entrega dos selos está prevista para o final do ano, reforçando o compromisso do país em combater a doença.
Importância do Dia de Combate à Sífilis
Comemorado no terceiro sábado de outubro, o Dia de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado. A data é marcada por ações de mobilização em todo o Brasil, reforçando a necessidade de um acompanhamento rigoroso durante o pré-natal para proteger a saúde dos bebês.
A queda nos números da sífilis congênita no Maranhão é um indicativo positivo, mas especialistas alertam para a importância de manter os esforços contínuos na prevenção e diagnóstico. As ações do Ministério da Saúde e dos municípios, focadas em garantir a saúde das gestantes e de seus bebês, são essenciais para que o estado e o país alcancem a meta de eliminação da sífilis congênita até 2030.