O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – PT rebateu a fala de Jair Bolsonaro – PL que associava os votos da candidatura petista no Nordeste à taxa de analfabetismo entre os moradores da região. Em campanha política na cidade de São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo, o ex-presidente da República fez críticas à gestão do rival eleitoral na área da educação.
“As pessoas que são analfabetas não são por sua responsabilidade, ficaram analfabetas porque esse país nunca teve um governo que se preocupasse com educação. As cidades de São Bernardo e de Santo André nunca tiveram direito de ter uma universidade federal. Foi um metalúrgico quase que analfabeto que trouxe a universidade para cá”, afirmou Lula.
Em live na quarta-feira (5/10), Bolsonaro comentou uma notícia sobre os locais onde o petista teve mais votos e disse: “Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são os estados? No nosso Nordeste […]”.
“Não é só a taxa de analfabetismo alta o mais grave nesses estados. Outros dados econômicos também são inferiores na região porque esses estados estão há 20 anos sendo administrados pelo PT. Onde a esquerda entra leva analfabetismo, falta de cultura, desemprego, falta de esperança”.
Lula é pernambucano, mas iniciou sua vida política no movimento sindical do ABC Paulista. Em São Bernardo do Campo, ele seguiu criticando a fala de Bolsonaro e associou o atual presidente às milícias cariocas.
“Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista, nesse monstro que governa esse país. Ele tem que aprender uma lição. Ele que vá pegar voto de miliciano, daqueles que mataram Marielle [Franco]. Ele que vá pegar voto daqueles que foram responsáveis pelas mortes na pandemia. Vá pedir voto da quadrilha chefiada pelo Queiroz, pedir voto para quem está organizando ‘rachadinha’ dos filhos no Rio”.
Ao lado do companheiro de chapa, Geraldo Alckmin – PSB, e de Fernando Haddad – PT, candidato ao governo de São Paulo, Lula também lamentou o corte bilionário nas verbas para educação previstas no orçamento do governo para 2023.