ESTREITO – Após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), análises realizadas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e parceiros indicam que, até o momento, não foram detectadas alterações significativas na qualidade da água do rio Tocantins.
Na 3ª Reunião da Sala de Crise, realizada para tratar do acidente, foi destacada a importância de remover os resíduos químicos depositados no fundo do rio, como bombonas de pesticidas e tanques de ácido sulfúrico. Representantes de diversas instituições, incluindo ANA, Embrapa, Ibama, Ministério da Saúde e Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão (SEMA), atualizaram informações sobre os riscos e medidas adotadas para mitigar possíveis impactos ambientais.
Vazamento controlado e monitoramento contínuo
A Embrapa analisou amostras coletadas nos dias 24 e 26 de dezembro, que não apresentaram mudanças relevantes na qualidade da água. Embora um dos tanques de ácido sulfúrico tenha colapsado completamente, o impacto foi minimizado pela rápida reação do produto com a água e pelo alto volume do rio.
Outras amostras, coletadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) entre os dias 27 e 29 de dezembro, ainda estão em análise. Equipes da ANA e da SEMA continuam coletando amostras diariamente para assegurar um acompanhamento rigoroso.
Quatro bombonas de pesticidas foram recuperadas sem vazamentos, mas outras ainda permanecem submersas. Especialistas alertam que, no improvável cenário de rompimento simultâneo de todos os recipientes, os níveis de poluentes poderiam ultrapassar os limites recomendados.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que a previsão de chuvas acima da média para a região nas próximas semanas pode aumentar a vazão do rio. Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relatou que a Usina Hidrelétrica de Estreito segue operando com variações na vazão para viabilizar operações de mergulho em busca de desaparecidos e de materiais químicos no leito do rio.
Equipes de saúde, em conjunto com vigilâncias sanitárias de Tocantins e Maranhão, estão monitorando as comunidades ribeirinhas e indígenas próximas. Até o momento, não foram relatados problemas relacionados à qualidade da água ou saúde pública.
A ANA e instituições parceiras reforçaram que o monitoramento da qualidade da água do Tocantins é prioridade. A próxima reunião da Sala de Crise, marcada para 9 de janeiro, discutirá novos dados das análises, previsões climáticas e o andamento das operações de limpeza e contenção.
Sobre o rio Tocantins
Com cerca de 2.400 km de extensão, o rio Tocantins é um dos mais importantes do Brasil, atravessando os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. Ele desempenha papel fundamental no abastecimento, navegação e biodiversidade da região.
Entenda a tragédia
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou no dia 22 de dezembro de 2024, após o colapso de seu vão central. Investigações conduzidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) buscam identificar as causas do incidente e os responsáveis.
Enquanto as operações de resgate e mitigação continuam, o trabalho conjunto das instituições garante uma resposta rápida e eficiente, priorizando a segurança ambiental e das comunidades locais.