O governador Flávio Dino (PCdoB) foi incoerente e mentiu em reportagem do Estadão, publicada nesta quarta-feira 22, sobre a real situação do atendimento hospitalar de São Luís no enfrentamento ao novo coronavírus, que já infectou 1.300 pessoas e matou mais de 50 apenas na capital, incluindo servidores da saúde que estavam na linha de frente contra a Covid-19.
À repórter Camila Turtelli, Dino voltou a ameaçar o fechamento total das atividades —medida extrema que já havia advertido que poderia adotar a qualquer momento, mas que ele próprio tratou de desmentir, ao confessar não possuir critérios científicos para tal—, e faltou com a verdade ao dizer que tem “um decreto pronto de lockdown se a ocupação de leitos de UTI chegar a 80%” na Ilha de São Luís.
Segundo balanço diário divulgado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde), a ocupação de leitos de UTI na capital, que atende toda a Região Metropolitana, já ultrapassou essa taxa desde o último sábado 18.
De acordo com dados do boletim epidemiológico da pasta, dos então 80 leitos de UTI em São Luís, da rede gerenciada pela SES, que estavam à disposição naquele dia, a taxa de ocupação era de 83,75%.
Apenas 24 horas depois, no domingo 19, houve um aumento expressivo na ocupação dos leitos de UTI na capital, de preocupantes 93,75%. Embora os números não oficiais não confirmem o colapso do sistema, naquele dia, servidores do Samu denunciaram em vídeo que UPAs e diversos hospitais da rede pública negaram atendimento a pacientes infectados por falta de vagas e até de respiradores.
Com o aumento do número de leitos de UTI na cidade para 90 na segunda 20, houve uma redução na taxa de ocupação para 88,88%. Porém, mesmo com nova ampliação do número de leitos de UTI em São Luís, para 102 nessa terça-feira 21, a taxa de ocupação registrada pela SES foi de 88,24% —e não 132 leitos de UTI exclusivos para Covid-19, e nem a taxa de ocupação de leitos de ontem foi de 70%, conforme os dados incorretos publicados pelo Estadão.
Além disso, embora, oficialmente, o Governo do Maranhão tenha informado que, inicialmente, haverá apenas 100 leitos disponíveis no hospital de campanha que pretende montar no Multicenter Sebrae, ao Estadão, Flávio Dino aumentou para 200.
“A luta é todo dia. Já estou alugando outro hospital e contatando 200 leitos de hospital de campanha”, mentiu novamente.
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