Os 40 anos da conquista da meia-passagem estudantil em São Luís foram lembrados no dia de hoje pelo Presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Maranhão – DCE UFMA e pelo Vice Presidente da União Estadual do Estudantes do Maranhão – UEE/MA, visitando salas de aula para conversar com os estudantes sobre essa conquista histórica.
Para o presidente do DCE, Marcony Edson, o movimento da meia-passagem é uma grande conquista para todas as gerações até aqui. “Continuamos com a luta, em 79’ lutávamos pela meia passagem, ‘ontem’ lutamos pelo bilhete único, por mais ônibus e com ar condicionado, amanhã espero que as novas gerações conquistem o tão sonhado Passe Livre!”
Segundo o Vice Presidente da UEE/MA, Maxsuel da Silva, o trabalho de divulgação continuará. “Vamos sempre estar dentro das universidades levando nossas bandeiras de lutas e saudando as gerações que deixaram tantos legados e experiências para nós”.
Conheça um pouco da história da meia-passagem.
A chamada Greve de 79 tornou-se um dos grandes momentos de mobilização registrados na história maranhense. Iniciada pelos estudantes secundaristas, revoltados com o aumento de passagens concedido de surpresa, a greve teve como lideranças estudantes universitários, que obtiveram o apoio professores e trabalhadores.
Em pleno tempo de Ditadura, o conjunto da sociedade vinha de um ciclo de altíssima repressão ao movimento social, com tortura, exílio e morte de muitas das lideranças democráticas do país. Sem a possibilidade de livre manifestação política, de liberdade de imprensa e direito à livre organização, o contexto motivou o apoio popular à bandeira estudantil.
O apoio à meia-passagem representou um grito contra a censura, o regime militar, a carestia, o assassinato desenfreado de trabalhadores rurais na luta contra a grilagem de terras, à falta de moradia e de pão e feijão na mesa dos maranhenses! O momento histórico tornava o movimento estudantil a única expressão possível da sociedade maranhense sob o regime autoritário.
O desfecho das negociações em torno do pleito, em mediação pela OAB, garante o passe escolar aos estudantes numa fórmula que constantemente traz à tona o equívoco da mediação entre não desagradar empresários de ônibus e atender as reivindicações dos estudantes: o estudante paga meia, mas o montante de meia-passagem entre no cálculo da tarifa. Na prática, quem não paga a meia, paga uma e meia. O passe personalizado, o limite de meia-passagem e o cartão eletrônico de hoje apenas são remendos à tentativa de sustentar esta fórmula que, concretamente, limita o direito à meia-passagem conquistado pelos estudantes em 79.
A Greve de 79 enraizou no imaginário popular de São Luís a disposição de luta, de resistência e de ilha rebelde que os setores oposicionistas cultivam sobre a capital maranhense. Rememorar a cada ano esta conquista faz bem à luta popular e à história do Maranhão. Nestes 40 anos da luta pela meia-passagem, vale a pena dar um viva à atitude dos estudantes que em 79 ousaram lutar e ousaram vencer!