O ex-presidente da República e membro da Academia Brasileira de Letras, José Sarney, acaba de firmar um novo capítulo em sua trajetória literária. Em evento realizado na capital paulista, Sarney assinou contrato com a editora Ciranda Cultural, uma das maiores do país, para o relançamento de três de seus romances: A Duquesa Vale uma Missa, Saraminda e O Dono do Mar.
O acordo marca uma nova fase na carreira editorial do autor, que além de sua trajetória política, é reconhecido nacional e internacionalmente por sua produção literária. As obras escolhidas para a republicação compõem parte significativa do acervo ficcional de Sarney, com enredos que abordam aspectos históricos e culturais da região amazônica e nordestina.
A Ciranda Cultural, com mais de 100 mil títulos publicados, vê na parceria uma oportunidade de aproximar novos leitores da literatura de um dos principais nomes da política e da cultura brasileiras. “É uma honra integrar ao nosso catálogo a obra de alguém com a relevância e a sensibilidade literária de José Sarney”, declarou um representante da editora.
Reconhecimento nacional
O relançamento das obras ocorre em um momento de grande reconhecimento público ao ex-presidente. Nos últimos meses, Sarney foi homenageado pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente pelo papel que desempenhou durante a redemocratização do país, no período pós-ditadura militar.
Durante uma sessão solene no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), presidente do Conselho Editorial da Casa, anunciou que a obra Amapá: a terra onde o Brasil começa, também de autoria de Sarney, será relançada em homenagem ao autor.
Literatura e história
Com uma carreira literária que teve início ainda na juventude, José Sarney publicou seu primeiro livro de poesia, A Canção Inicial, aos 23 anos. Antes disso, já havia lançado um estudo antropológico sobre a pesca tradicional no Maranhão. Em São Luís, integrou um grupo de intelectuais que criou a revista A Ilha, um marco do pós-modernismo regional.
Aos 22 anos, foi eleito para a Academia Maranhense de Letras e, décadas mais tarde, passou a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, consolidando sua posição entre os principais escritores do país.
Seus livros já foram traduzidos para vários idiomas e conquistaram leitores em diferentes partes do mundo. Com a nova parceria editorial, Sarney espera ampliar ainda mais o alcance de sua obra e garantir que novos públicos tenham acesso à sua literatura.
“Minha vida foi feita de palavras e de silêncio. Escrevi para não esquecer e para que não se esquecessem”, declarou o autor durante a cerimônia de assinatura.
Com o relançamento, a literatura brasileira ganha novamente um espaço para a voz de um autor que percorreu tanto os bastidores do poder quanto as veredas da ficção.