Ao deixar de convidar o colega de parlamento Zé Gentil (PRB) para o cerimônia de lançamento do RG+, realizado na última segunda-feira (22), no Viva Cidadão do Shopping da Ilha, o deputado estadual Duarte Júnior (PCdoB) tentou usurpar os méritos de uma conquista que não pode ser atribuída a uma iniciativa sua.
Autor do projeto de lei que prevê a inclusão de dados como CNH, título de eleitor, carteira de trabalho e tipo sanguíneo na carteira de identidade, Zé até concordou em ter o parlamentar comunista como co-autor da proposta. E assim demonstrou que é gentil não apenas no sobrenome.
Já Duarte Júnior atropelou a ética e, aproveitando-se da sua forte identificação com o Viva Procon, órgão emissor do RG e de tantos outros documentos, que presidiu durante o primeiro mandato do governador Flávio Dino (PCdoB), alardeou o lançamento, como se estivesse à espera de aplausos por um feito alheio.
A artimanha pegou tão mal para o estreante deputado que, para tentar limpar a barra, ele mandou sua assessoria informar que convidou o verdadeiro autor da ideia por telefone. A reação de Zé Gentil foi categórica: “não recebi convite formal e em tempo hábil”, disparou, da tribuna, na presença de Duarte Júnior, que silenciou.
Ao tentar se apropriar da proposta apresentada por outro deputado, Duarte Júnior comete uma indignidade tão grave quanto as que marcaram a sua campanha milionária.
Consagrado nas urnas, o comunista obteve 65.144 votos, resultado tão expressivo quanto inexplicável. Tanto que o Ministério Público Eleitoral chegou a pedir a cassação do seu diploma por abuso de poder político.