Na noite desta terça-feira (19), o ex-presidente da República, José Sarney, foi homenageado em uma cerimônia que celebrou os 35 anos da criação do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP). O evento, realizado na Fundação da Memória Republicana Brasileira, em São Luís, reuniu personalidades das Academias Maranhense e Mineira de Letras e abriu o projeto Conversações de Além-Mar, que promoverá diálogos com renomados escritores da Língua Portuguesa.
Sarney recebeu uma placa de homenagem das mãos de Benedito Buzar, presidente da Academia Maranhense de Letras, em reconhecimento à sua contribuição histórica para a promoção e fortalecimento da língua portuguesa. Outros homenageados da noite incluíram o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, e o embaixador José Aparecido de Oliveira, ambos in memoriam.
O Instituto Internacional da Língua Portuguesa foi idealizado durante o Primeiro Encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa, ocorrido em São Luís, em 1989. A iniciativa representou um novo modelo de multilateralismo, unindo nações pelo idioma e consolidando o conceito de lusofonia.
José Sarney destacou, em seu discurso, a relevância histórica daquele momento e o esforço conjunto para superar barreiras entre os países lusófonos. “É uma alegria muito grande lembrar do Mário Soares e do trabalho estratégico que realizamos na época para fortalecer as relações políticas e culturais entre nossas nações. A língua portuguesa nos une em identidade e espírito”, afirmou o ex-presidente.
A solenidade foi marcada por reflexões sobre a importância do idioma na integração cultural e histórica entre os povos. O embaixador brasileiro junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Lauro Moreira, enfatizou a força da lusofonia: “Nossa língua construiu não apenas um espaço comum, mas um espírito de união. O mar nunca nos separou, a língua sempre nos conectou.”
Já o presidente da Fundação da Memória Republicana, Kécio Rabelo, destacou a celebração como um momento de reafirmação da identidade cultural. “Estamos aqui para celebrar o vigor das nossas línguas, como dizia José Saramago, e relembrar que a memória é um elo que permanece vivo entre os povos lusófonos”, disse.
Em seu discurso, Sarney relembrou o amor pela língua portuguesa e sua importância para a construção cultural das nações que a falam. “Estamos vivendo uma noite histórica. A nossa língua é o milagre que nos une e o instrumento das nossas obras. É com profunda gratidão que recebo esta homenagem, que toca diretamente a minha sensibilidade”, declarou.
A cerimônia também contou com a presença de escritores renomados, como a historiadora brasileira Mary Del Priore, o angolano Ondjaki, o moçambicano Mia Couto e o jornalista angolano José Eduardo Agualusa, reforçando o papel da língua portuguesa como ferramenta de diálogo e intercâmbio cultural.
Ao final do evento, a celebração reafirmou o compromisso dos países lusófonos com a preservação e o fortalecimento do idioma, consolidando São Luís, mais uma vez, como palco de integração e memória.