Em uma entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’ da Rádio Assembleia (96,9 FM), o juiz Felipe Damous, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ/MA), discutiu o crescente papel da Inteligência Artificial (IA) no Poder Judiciário. Conversando com o jornalista e apresentador Ronald Segundo, Damous destacou a importância, os benefícios e os cuidados necessários na aplicação dessa tecnologia.
Damous explicou que a IA é um campo da ciência dedicado ao desenvolvimento de máquinas e programas capazes de reproduzir comportamentos humanos, especialmente na tomada de decisões e na execução de tarefas. Com o avanço da tecnologia e a popularização de dispositivos como computadores e smartphones, a IA se tornou parte integrante do cotidiano de todos.
“A gente não pode impedir o avanço da tecnologia. Temos que estar atuando com segurança e em estado de alerta,” afirmou o juiz. Ele citou exemplos práticos, como a utilização de IA para a busca eficiente de processos judiciais, mencionando especificamente os casos de empréstimos consignados, que são predominantes no sistema.
O juiz também compartilhou sua experiência ao ministrar uma palestra intitulada “Aplicação da Inteligência Artificial nas Rotinas Administrativas e Judiciais das Delegacias de Polícia Civil” para a Associação de Delegados do Maranhão (Adepol-Ma). Ele ressaltou que a IA pode acelerar a produção de documentos na delegacia, como inquéritos, relatórios e pedidos de prisão.
“Os profissionais podem usar a IA para dar mais celeridade ao processo. Outra aplicação é ajudar na transcrição de textos,” explicou Damous. Ele descreveu como a IA pode transcrever depoimentos de investigados ou testemunhas, facilitando significativamente o trabalho investigativo da Polícia Civil.
O magistrado enfatizou a necessidade das instituições estarem abertas e preparadas para integrar essas ferramentas tecnológicas em seus sistemas. No entanto, ele também fez questão de pontuar que, apesar do grande alcance e das diversas áreas de aplicação, a IA não pode substituir o trabalho humano.
“Apesar dos avanços e das inúmeras aplicações da IA, é crucial que essas ferramentas sejam vistas como auxiliares no processo, e não como substitutos do trabalho realizado pelas pessoas,” concluiu Damous.
A entrevista de Damous no programa ‘Diário da Manhã’ lança luz sobre um tema cada vez mais relevante. À medida que a tecnologia continua a evoluir, a integração cuidadosa e estratégica da IA no Judiciário promete não apenas aumentar a eficiência, mas também transformar a maneira como a justiça é administrada, sempre com a ressalva de que o fator humano permanece insubstituível.