O programa ‘Café com Notícias’ desta terça-feira (23), na TV Assembleia, conversou com o professor e historiador Reinaldo Barroso Júnior, autor do livro “Nas Rotas do Atlântico Equatorial: Tráfico de Escravos Rizicultores da Alta-Guiné”, que foi lançado recentemente.
A obra, que nasceu a partir da dissertação de mestrado do autor, busca apresentar novas perspectivas sobre o tráfico de escravos entre os Portos de Cacheu e Bissau, na África Ocidental, é o Porto de São Luís, no período de 1770 a 1800.
Reinaldo Barroso contou, na conversa com a jornalista Elda Borges, que a inspiração para o livro surgiu a partir da necessidade de aprofundar os estudos sobre as especificidades locais em comum com a África. “Nós não tínhamos estudos sobre isso, falava-se muito sobre essa cultura do arroz que a gente tem aqui, ou sobre determinadas práticas e ritos religiosos que temos em terreiros, mas era muito complicado localizar isso em África e é esse o objetivo do trabalho. Eu faço uma relação disso saindo de Guiné-Bissau, passando por Cabo Verde, até chegar ao Maranhão”, detalhou.
Dentre as descobertas feitas durante o estudo, está a origem do costume maranhense de consumir o arroz diariamente, um hábito comum na Guiné-Bissau, que até os dias de hoje mantém a prática da produção e consumo do grão.
Além disso, o professor apontou que a pesquisa serve como meio de ressaltar que a comunidade maranhense foi construída, também, em cima de costumes e tradições africanas, não tendo tido apenas a participação dos portugueses e franceses na sua formação.
Reinaldo Barroso falou, ainda, das expectativas para o lançamento de outros livros pautados no estudo da participação dos escravos na construção da sociedade maranhense.
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Agência Assembleia