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Os 10 anos do Setor de Atividades Especiais Espaço Mulher (SAEEM), rede de apoio que visa salvar vidas, foram destacados pelo programa ‘Toda Mulher’, desta quarta-feira (10), na TV Assembleia. A conversa foi com a assistente social Silvia Leite, criadora da rede e mestre, pós-graduada em Sociologia e uma das fundadoras do Centro de Cultura Negra do Maranhão.
O espaço faz o acolhimento a mulheres vítimas de violência que têm atendimento de emergência em unidades hospitalares, como o Socorrão. Tudo começou quando a assistente social percebeu que o histórico de vida das mulheres que davam entrada nos hospitais, vítimas de violência doméstica, não ficava registrado.
“Aí foi que veio o start de pensar numa metodologia que envolvesse o SUS, a política de humanização. O que nós fizemos? Pegamos as diretrizes e princípios do SUS, da política de humanização e o princípio do plano de política para as mulheres. Juntamos para sair uma metodologia: a do acolhimento, com essa visão da mulher não só do plano físico, mas também da subjetividade que a levou para lá”, detalhou.
Segundo ela, só no primeiro ano, em 2013, foram atendidas 47 mulheres, um número bastante expressivo. Já em 2014, foram mais de 140. “A gente foi numa outra perspectiva que não era só cuidar do ferimento físico, mas era cuidar de um ferimento na alma, nas relações, nos sentimentos”, destacou.
A iniciativa, segundo Silvia Leite ressaltou, também esclarece sobre direitos e garantias delas. “As mulheres vão a um hospital para cuidar do ferimento, mas não para saber que ela tem direito a uma medida, direito a ser assistida, a abrigamento. Muitas das vezes, as mulheres não sabem que têm esses direitos para sair de uma de um relacionamento abusivo”, observou.
Leis
Silvia Leite destacou também a busca por formalizar direitos, como no caso da conexão com a deputada Daniella (PSB), procuradora da Mulher da Assembleia e autora da Lei nº 11.352, de 2 de outubro de 2020, que dispõe sobre a obrigatoriedade de dar ampla divulgação à Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Disque 180), nos edifícios e condomínios residenciais do Maranhão.
A rede, de acordo com a assistente social, vem cumprindo seu papel e vem alcançando objetivos por meio da articulação com a Casa da Mulher Brasileira e outros órgãos. “A gente faz muita palestra nas escolas em terreiros, igrejas e universidades para despertar essa consciência do cuidado”, disse.
E complementou: “Nós fizemos o nosso relatório de 2023 e fiquei feliz de ver que o atendimento de vítima foi menor do que 2022, e menor do que 2021. Significa dizer que menos mulheres foram para o hospital vítima de violência”.
Agência Assembleia