Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) iniciou a Operação Lágrimas de Sal em Maceió, Alagoas. O objetivo é fortalecer as evidências e esclarecer os crimes relacionados à exploração de sal-gema na cidade, que se estendeu de 1976 a 2019.
Esta exploração resultou em grave instabilidade no solo de bairros como Pinheiro, Mutange e Bebedouro, levando à inabitabilidade da área devido ao risco de desmoronamentos. Mais de 60 mil residentes foram forçados a abandonar seus lares.
Investigações indicam que as operações de mineração desrespeitaram as normas de segurança, não seguindo as diretrizes científicas e os planos de lavra estabelecidos. Estes planos visavam assegurar a estabilidade das minas e a segurança dos habitantes na superfície.
Além disso, há suspeitas de fornecimento de dados falsos e omissão de informações cruciais aos órgãos fiscalizadores. Tal conduta permitiu a continuidade das atividades de mineração, mesmo diante dos problemas de estabilidade e subsidência do solo acima das minas.
Os envolvidos podem ser responsabilizados por diversos crimes, incluindo poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos e outros delitos.
Cerca de 60 agentes da PF estão executando 14 mandados judiciais de busca e apreensão: 11 em Maceió, 2 no Rio de Janeiro e 1 em Aracaju. Todos os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Alagoas.
O nome da operação, “Lágrimas de Sal”, simboliza o sofrimento infligido à população pela exploração de sal-gema, que obrigou muitos a deixar suas casas devido aos riscos associados.
Uma coletiva de imprensa está marcada para as 10:00 no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal em Alagoas (SR/PF/AL).
Por Marcony Edson