A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), prestes a completar seis décadas de contribuição acadêmica e tecnológica ao Brasil, alcança mais um marco significativo. O Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA (Deoli-UFMA) apresentou um estudo inovador, avaliando a vulnerabilidade do Complexo Portuário do Itaqui (CPI) às mudanças climáticas.
O estudo, liderado pela professora Claudia Klose Parise, foi divulgado no seminário “Programa de Inovação do Porto do Itaqui”, organizado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP). Este trabalho é fruto da colaboração entre o Laboratório de Estudos e Modelagem Climática (Laclima-UFMA) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), contando com a participação de renomados pesquisadores e bolsistas.
Após um ano de intensas pesquisas, o grupo conseguiu implementar modelos avançados, como o SWAN para ondas, ROMS para circulação oceânica e WRF para circulação atmosférica. Os dados revelaram eventos extremos de ondas oceânicas superficiais, alcançando até 2,32 metros no Golfão Maranhense.
O projeto não só propõe a regionalização de cenários de clima futuro do IPCC mas também desenvolve um Índice de Vulnerabilidade Portuária (PVI) para mapear áreas susceptíveis a mudanças climáticas no CPI. As variáveis mais relevantes identificadas incluem impactos das ondas, flutuações no nível do mar, ventos, erosão costeira, marés, chuvas intensas, infraestrutura portuária adaptada ao aumento do nível do mar e correntes marinhas.
A pesquisa também aponta que as zonas costeiras de baixa altitude, como as do litoral maranhense, são extremamente vulneráveis a inundações devido ao aumento do nível do mar. Este estudo é vital, considerando que apenas 6% dos portos globais adotam medidas de adaptação a eventos costeiros e climáticos.
Esta pesquisa do Departamento de Oceanografia da UFMA é um passo crucial para entender e mitigar os efeitos das mudanças climáticas em infraestruturas portuárias essenciais, fornecendo diretrizes para ações estratégicas e fortalecimento do modal hidroviário no estado.
Por Marcony Edson