Magalhães de Almeida (MA) – Quatro pescadores locais se viram na mira de uma espingarda e da fúria de um fazendeiro em um caso que agora chama a atenção das autoridades e da comunidade no Maranhão. O incidente, ocorrido na última terça-feira (10), tornou-se ainda mais impactante quando se revelou que o próprio agressor documentou sua ação em vídeo.
Os quatro pescadores, enquanto executavam suas atividades em uma lagoa que passa por dentro da propriedade do fazendeiro no município de Magalhães de Almeida, a aproximadamente 434 km da capital São Luís, foram brutalmente confrontados e ameaçados pelo proprietário da fazenda sob a acusação de invasão de propriedade.
Bizarremente, a ameaça foi inteiramente registrada em vídeo pelo próprio fazendeiro, em uma gravação que exibe, de maneira chocante, a humilhação e o terror enfrentados pelos pescadores. Armado com uma espingarda e ameaçando vingança, ele falou várias vezes que irá matar o homem, que já está acuado no chão, causando alarme e indignação à medida que as imagens circularam amplamente após o ocorrido.
Prontamente, a Polícia Civil do Maranhão se mobilizou para iniciar uma investigação rigorosa acerca do incidente. “Todas as providências legais para a elucidação dos fatos e responsabilização criminal estão sendo adotadas”, assegurou a instituição em nota oficial.
Paralelamente, a Secretaria dos Direitos Humanos e Participação Popular do estado manifestou-se, indicando que realizará, nos próximos dias, uma oitiva com a comunidade local. Esse esforço será mediado pela Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (Coecv), com o objetivo de recolher depoimentos.
Esse episódio serve como um lembrete brutal sobre as tensões e conflitos que podem emergir nas zonas rurais, onde os direitos de propriedade e acesso a recursos naturais, como água para pesca, frequentemente se tornam fonte de disputas violentas. No entanto, a documentação direta desses atos de ameaça proporciona uma evidência irrefutável e, consequentemente, uma ferramenta vital para a aplicação da lei e a busca por justiça.
Por Marcony Edson