O presidente Jair Bolsonaro (PL) permitiu o acesso aos ouvidos de ministros do STF que querem fazer um acordo que o mantenha fora da prisão. Para as pessoas próximas a ele, o ex-governante do país estava expressando seu medo de ser preso nas primeiras semanas fora do poder. Mas essa não é a tendência de bastidores discutida na Justiça.
Desde que perdeu a eleição, Bolsonaro tem ouvido todo tipo de conselho, inclusive se declarando presidente, como indicado na coluna, ou mesmo ir tão extremo em discursos para mostrar força diante de seu público. O problema é que toda proposta vem da periferia do núcleo duro, mas o próprio presidente não mostrou a mesma disposição de continuar desafiando o poder e as leis judaicas.
“Serei preso”, escreveu ele em troca de cartas com pessoas próximas a ele. A coluna ouviu de três pessoas que Bolsonaro é paranoico com a ideia de ir atrás das grades e fala sobre isso todos os dias. “Ele chegou a dizer que Alexandre de Moraes escreveu o mandado de prisão e que está deixando o Palácio da Alvorada diretamente para a prisão”, revelou uma fonte.
Mas o clima na Suprema Corte é o oposto da preocupação do presidente. Tanto pessoas próximas a Moraes quanto outros ministros adjuntos garantem que não há movimento para prender Bolsonaro. A opinião atual da Suprema Corte não é uma provocação ou vingança, embora não haja disposição de abaixar a cabeça para tentativas de golpe ou manifestações contra a democracia.
Para um funcionário da Justiça, o suposto mandado de prisão de Bolsonaro só tem um caminho: se ele incentivar o golpe ou fizer declarações de natureza antidemocrática depois de deixar o poder. “A Suprema Corte não prenderá o presidente em uma situação normal”, disse a fonte que ouviu a coluna. Por outro lado, a Corte também não pretende trazer processos, que terão passagem normal dentro dos julgamentos. A mesma fonte concluiu que “se condenado, ele pode ir para a prisão, mas levará tempo”.
Fonte: Rede Brasil News