O candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, foi eleito neste domingo (30) para um terceiro mandato após 12 anos, desde que deixou o Palácio do Planalto. Lula recebeu 50,8% dos votos válidos, ante 49,2% de Jair Bolsonaro – PL, atual chefe do Executivo federal, que tentava a reeleição.
A eleição veio depois de uma dura batalha contra uma onda de extremismo de direita, ataques a democracia e ao judiciário, ameaças de golpes e uma gestão desastrosa de Bolsonaro.
Inclusive no dia da eleição do segundo turno, houve várias denúncias que a Polícia Rodoviária Federal – PRF realizou operações, mesmo após a proibição de qualquer operação que afete o transporte público dos eleitores, determinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, o ministro Alexandre de Moraes, na noite de ontem. A região Nordeste que majoritariamente vota em Lula foi a mais afetada, o que interferiu nos fluxos de transportes públicos e privados de eleitores,
Segundo detalhamento, foram registradas 549 operações da PRF no início do dia, 49,50% (272 ações) ocorreram no Nordeste, 22,22% (122) foram no Centro-Oeste, 10,70% (59) no Norte, 8,74% (48) no Sudeste e outros 8,74% (48) no Sul.
Há suspeitas que a orientação veio do Planto para prejudicar o desempenho do número de votos do candidato petista.
A apuração foi apertada na maior parte do tempo. Bolsonaro saiu à frente, mas Lula o passou quando quase 70% das urnas estavam apuradas e ampliou pouco a pouco a vantagem.
Conforme informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Lula venceu na região Nordeste, que votou em peso no petista. Já Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste votaram majoritariamente em Bolsonaro.
Na pesquisa Ipec divulgada após o primeiro turno, em 5 de outubro, 50% dos entrevistados disseram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum — independentemente de quem fosse o opositor.
Ainda assim, Lula apareceu com rejeição de acima de 35% do eleitorado — um percentual ainda relevante, que dá um pouco da dimensão do desafio de um eventual novo governo.
Este será o terceiro mandato do petista, que governou o país de 2003 até 2006, e de 2007 até 2011.