O governo do Distrito Federal divulgou neste sábado (30) o registro de uma morte por raiva humana. O paciente, cujo nome não foi revelado, era um adolescente na faixa entre 15 e 18 anos e estava internado em um hospital particular desde o dia 20 de junho.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, “todas as medidas necessárias de investigação epidemiológica, controle e profilaxia foram tomadas junto aos familiares, contatos próximos e profissionais de saúde”.
A secretaria diz ainda que “medidas de bloqueio de foco e controle animal foram intensificadas em todo o Distrito Federal, a exemplo, da antecipação da campanha de vacinação antirrábica animal em áreas urbanas e rurais”. A pasta informa que, até sexta (29), 120.282 cães e gatos foram vacinados contra a raiva.
A secretaria reforça que “a melhor medida de prevenção é a vacinação dos animais. Caso aconteça um acidente de agressão com um potencial transmissor da raiva, é necessário lavar o ferimento e procurar uma unidade de saúde para avaliação médica”.
Oficialmente, o caso de raiva humana no Distrito Federal havia sido confirmado pela secretaria no dia 5 de julho.
O Ministério da Saúde informou que, em 2022, foram registrados cinco casos de raiva humana no Brasil: quatro em Minas Gerais e um no Distrito Federal. A pasta também disse que realiza “ações de prevenção e controle da doença, que envolvem campanhas anuais de vacinação de cães e gatos, com a distribuição anual de aproximadamente 35 milhões doses de vacina antirrábica para todos os estados, além dos atendimentos de profilaxia antirrábica humana pré e pós-exposições”.
Saiba mais sobre a doença
A raiva é uma doença infecciosa grave causada por um vírus do gênero Lyssavirus. A infecção, que pode afetar humanos, rebanhos e animais domésticos, causa a inflamação progressiva do cérebro, com letalidade próxima a 100%.
Considerada um problema de saúde pública, a raiva pode levar a complicações como febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e convulsões, além de evoluir para quadros de paralisia, levando a paradas cardiorrespiratórias.
A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A infecção também ocorre por arranhões ou lambida desses animais. Atualmente, os morcegos hematófogos, que se alimentam de sangue, estão associados à maior parcela de casos de raiva em humanos. Além de cães e gatos, também há registro de transmissão por raposas e primatas.
O período de incubação varia entre as espécies, entre poucos dias até anos. Em média, são 45 dias entre humanos, podendo ser mais curto em crianças.
Sintomas:
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:
- mal-estar geral
- leve aumento de temperatura
- anorexia
- cefaleia
- náuseas
- dor de garganta
- entorpecimento
- irritabilidade
- inquietude
- sensação de angústia
Os pacientes também podem apresentar aumento no tamanho dos linfonodos, que são os gânglios do sistema linfático, aumento da sensibilidade e dormência em locais próximos ao contato com o animal infectado, além de alterações de comportamento.
Fonte: CNN Brasil