Neste mês que marca dois anos do anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a Covid-19 era oficialmente uma pandemia, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) revela que quase metade dos empregados do banco que contraiu a doença acredita ter se contaminado no ambiente de trabalho. É o que mostra nova pesquisa da Fenae sobre a saúde dos trabalhadores da Caixa: 41% dos bancários que adoeceram afirmaram acreditar que a contaminação ocorreu durante o expediente no banco.
O levantamento foi realizado entre os últimos dias 19 de novembro e 10 de dezembro. Mais de três mil empregados participaram do estudo. Entre os trabalhadores ativos que responderam aos questionários da pesquisa, 36% tiveram Covid-19: em números absolutos, 609
contaminações. Deste universo, 15% disseram não ter se afastado do trabalho quando estavam doentes.
Em 2021, “Dossiê Covid” realizado pelas universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Pará (UFPA) — com a participação de bancários da Caixa Econômica — revelou outros dados alarmantes. O distanciamento não era respeitado em 85% de agências da estatal e “sempre ou quase sempre” faltava ventilação adequada em aproximadamente 80% das unidades do banco.
O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, observa que tanto a atual pesquisa da Federação quanto o Dossiê Covid comprovam que grande parte dos trabalhadores do banco público se expôs à doença ou foi infectada em virtude da atuação profissional.
“Nestes dois anos de pandemia, mesmo com todos os riscos de contágio para os empregados e também para as famílias deles, os bancários da Caixa permaneceram na linha de frente do atendimento nas agências, inclusive em dezenas de sábados, para que o pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais fosse garantido a mais da metade da população”, ressalta Takemoto.
Para a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, falta compromisso do banco com a saúde dos trabalhadores.
“Com as pesquisas, entendemos que a Caixa está fazendo mal à saúde dos bancários”, avalia. “Nosso objetivo é, a partir dos dados dos dois levantamentos, buscarmos ações concretas junto ao banco para melhorar as condições de trabalho e proteger a saúde dos empregados”, afirma.
Por Maranhão