O ano de 2022 iniciou com mais uma alta na perspectiva do consumo doméstico para São Luís. A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), subiu mais um degrau e fechou janeiro com 74,2 pontos.
Na passagem mensal, a alta na perspectiva para a realização de compras entre as famílias ludovicenses foi tímida, de 0,67%, em relação ao apurado em dezembro de 2021.
Janeiro é considerado um dos piores meses para o comércio, dado o alto índice de consumo em dezembro, que, por sua vez, limita parte da renda de janeiro para quitar os gastos realizados no período natalino.
Outro ponto de destaque do início de ano é o enfoque das famílias estar voltado para o consumo de material escolar, o que pode reduzir o gasto em outros segmentos, como alimentação, lazer e habitação (reforma de casa, mobília, eletrodomésticos).
O arrefecimento no consumo familiar nesta época também está ligado à baixa disponibilidade de renda para o início de 2022. Apesar do nível de emprego com carteira assinada ter melhorado no mês de dezembro, com 270 mil empregos em São Luís, conforme apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), este crescimento está mais calcado no movimento das contratações temporárias no setor de comércio, voltado especificamente para o Natal e Ano Novo.
“Embora o ritmo de crescimento tenha sido tímido, o resultado não é avaliado como algo ruim, apenas que as famílias estão buscando consumir menos, mas com maior qualidade e prudência. Com a melhora gradativa no marcado de trabalho, o consumidor local voltará ao seu patamar de consumo pré-pandemia”, avalia o presidente da Fecomércio-MA, José Arteiro.
No comparativo de janeiro de 2022 com o mesmo período do ano passado, a ICF mostrou uma melhora bem maior, com +36,65% de crescimento em 12 meses. Isto é reflexo do processo de retomada da atividade econômica que permitiu impulsionar a economia local, mesmo com aumento do número de casos da Covid-19 com variante Ômicron, nas últimas semanas de 2021.
Perspectiva Profissional e Renda Atual – Em janeiro, o indicador de ‘Perspectiva Profissional’, que reflete a expectativa das famílias por melhores condições de emprego nos próximos seis meses, apresentou uma queda de -2,10% em relação a dezembro, encerrando janeiro com 114,5 pontos.
Neste mês, o recuo foi decorrente da finalização das contratações temporárias de fim de ano e, mesmo com a queda, o índice permanece satisfatório acima dos 100 pontos. Por outro lado, a Renda Atual, que busca identificar se o nível de rendimento das famílias ludovicenses em comparação ao mesmo período no ano anterior, cresceu 7,60% em relação a dezembro de 2021.
A justificativa para esta melhora está no processo de retomada econômica que, 12 meses depois, avançou substancialmente na percepção das famílias ludovicenses.
Compras a Prazo – Mesmo em uma conjuntura que tende a ser positiva para os próximos meses, o acesso ao crédito declinou no início de 2022. Com recuo de -4,70%, o indicador de Compras a Prazo foi alimentado pela dificuldade substancial das famílias com menor poder aquisitivo (aquelas com até 10 salários-mínimos).
A razão para o baixo acesso ao crédito pode estar baseada na possibilidade de mais um aumento na Taxa Básica de Juros (Selic), em +1,50 pontos percentuais, já no início deste ano. A Selic, que é considerada a taxa de referência para as demais praticadas pelos bancos comerciais e impõe um elevado custo para o consumo familiar que pretende utilizar alguma fonte de financiamento para projetos domésticos, como a compra de um carro ou casa.
Por Maranhão Hoje