A greve do transporte público em São Luís já vai para uma semana, e os trabalhadores que utilizam ônibus ficam reféns de transportes cada vez mais “alternativos”, se quiserem chegar aos seus locais de trabalho e manterem seus empregos.
O grupo Mateus, importante supermercado do estado do Maranhão, recebe incentivo fiscal, enquanto outras empresas do ramo pagam 18% de ICMS o Mateus paga somente 2%, o que vem sufocando outros mercados e já fez com que outros fechassem as portas por conta da concorrência desleal.
Inclusive, na última semana, o Grupo Mateus foi premiado como a Melhor e Maior empresa de Atacado e Varejo do Brasil. A premiação da revista Exame reconhece as organizações que mais se destacaram no cenário econômico no último ano.
O que chama a atenção, é que um dos critérios para esse prêmio é a responsabilidade social e ambiental das organizações, e o que nos parece, o Mateus não tem, afinal, não são poucas as denúncias de funcionários e de casos de acidentes com mortes que ganharam as manchetes nacionais.
E não sendo poucos os escândalos envolvendo o supermercado, durante a greve de ônibus na capital, o Mateus se envolveu em mais um, pois ao invés de contratar um transporte para que seus colaboradores chegassem ao trabalho, ou até mesmo usasse os seus veículos próprios para fazer o traslado até a empresa, o supermercado Mateus obrigou os seus funcionários a viajar na caçamba de uma camionete, sem assentos e sem cintos de segurança, o que é uma infração gravíssima pelo Código Nacional de Trânsito – CNT.
A empresa agiu com negligência ao não oferecer um transporte adequado e seguro a seus empregados, o que configura ato ilícito, capaz de gerar o dever de indenizá-los por danos morais.
Ainda que o deslocamento se desse em pequenas distâncias, dentro do perímetro urbano, tal circunstância, por si só, não afasta a gravidade da conduta da empresa, pois o risco de acidentes é evidente.
Os órgãos competentes, sindicato e Ministério Público do Trabalho precisam urgentemente averiguar e punir essa situação vexatória e perigosa em que os funcionários foram submetidos.