O prazo limite para a retirada do último soldado norte-americano do Afeganistão, dado pelo próprio presidente dos EUA, Joe Biden, foi o dia 31 de agosto. Vinte e quatro horas antes, no entanto, isso acontecia, após duas décadas de ocupação. O derradeiro avião decolou do aeroporto de Cabul na terça-feira da semana passada, pondo fim a uma operação que começou em 14 de agosto e retirou do país cento e vinte e duas mil pessoas.
Um dia depois desse início, o Taleban já começava a sua tomada da capital. A saída dos EUA, agora de fato concretizada, abriu as portas para o retorno do grupo fundamentalista islâmico e, novamente, o Afeganistão é mergulhado em um fanatismo religioso que não respeita os direitos fundamentais da pessoa humana — as mulheres são as maiores vítimas, sofrendo castigos bárbaros como, por exemplo, o da lapidação.
Segundo estatísticas dos EUA, pelo menos seis mil de seus cidadãos foram retirados, mas outras duzentas pessoas que pediram para sair não tiveram a mesma sorte. Biden conseguiu, porém, o comprometimento do Taleban em facilitar a saída de todos que queiram emigrar, assim que os voos forem regularizados em Cabul. A Universidade Brown, nos EUA, divulgou os seguintes dados: nas últimas duas décadas morreram no Afeganistão aproximadamente cento e sessenta mil pessoas, dentre elas dois mil duzentos e noventa e oito solados norte-americanos.
Fonte: IstoÉ